domingo, 23 de setembro de 2012

Hoje eu decidi me despedir das minhas dores



Imagem retirada da internet


Há 10 dias atrás, lá fui eu arrancar os dois cisos que ainda me restavam. Bem o oposto da vez anterior, lá estava eu, sem medo, sem ansiedade quase curtindo aguardar pelo momento de rever os olhinhos brilhantes do meu doce e belo dentista. E veja como é a vida, da primeira vez eu tremia de  medo do desconhecido por tantas histórias horríveis que tinham me contado e quase não senti dor. Foi quando no retorno sem medo, confiante e relaxada, algo deu errado, a anestesia não pegou e na extração do ciso inferior eu não tive um segundo sequer sem dor. Aí começou meu tormento! Fui pra casa e a dor me acompanhou, da mesma forma que a anestesia, o analgésico também não estava surtindo efeito e apenas no dia posterior a dor aliviou. Mas foi por pouco tempo, 48 hrs sem dor e ela voltou. Voltou e daí em diante só aumentou. A dor aumentava e a bochecha inchava. Mas eu suportava, para mim estava apenas conhecendo o terror para o qual todos já haviam me preparado na primeira extração. Apesar  de mal conseguir abrir a boca, a dor para mim era suportável (acho que já criei uma resitência um pouco além do normal.).
Enfim na sexta, ao chegar no dentista para retirada dos pontos... nada estava normal. Minha gengiva inflamara e criara uma infecção. Aí sim eu descobri o que era dor, enquanto ele drenava o pus sem chance de anestesia. Por alguns instantes cheguei perto de desmaiar mas ainda assim, nada se compara a dor de ter uma veia dissecada sem que a anestesia fizesse efeito (mas isso foi uma outra história que já ficou para trás...). Nesse momento a dor do dente até anestesiava a dor que eu sentia por dentro...
Horas antes de ir para o dentista me deparei com fotos de alguém que um dia eu sonhei seria meu, feliz, nos braços de outro alguém. Ok, a despedida entre nós já acontecera, embora não com cara de despedida (muito mais com cara de reencontro). Ainda assim dói, doeu. Na verdade, continua doendo.
De sexta pra cá meu final de semana foi assim, de dores. Físicas e emocionais. A física o remédio alivia, a emocional... as fotos ficam num vai e vem contínuo na minha memória. Machuca! Os remédios aliviam a dor, não cessam. E me causam enjôo, dor de cabeça e uma moleza contínua, beirando o desmaio em certos momentos. Mas hoje eu decidi que basta, resolvi me despedir da minha dor. Amanhã volto a trabalhar, mesmo com atestado, não sei com que ânimo com essa carga de remédios e dor mas a minha vida precisa voltar a andar, a minha cabeça precisa se ocupar.
Hoje me levantei da cama e fui arrumar os docinhos nos saquinhos para distribuir na festa de Cosme e Damião. Nada melhor do que preparar agrados para as crianças para alegrar e adoçar a vida. Já me sinto um pouco melhor. Talvez esteja aí o bem da caridade, você se ocupa um pouco dos outros e se esquece um pouco de si.
Ainda que amanhã eu não consiga sorrir, ao menos eu já decidi. Se não é pra ficar, que vá de vez e me deixe seguir. Se não é pra ser que não seja e um dia vai novamente vai passar, ou então, o universo me trará. Eu só sei que eu não quero mais sofrer!

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