sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Recebendo Viviane Pereira em "Experiências de Salas de Bate Papo"

Viviane é uma amiga muito querida de muitos anos, mais de 10. E foi ela a primeira deficiente com quem convivi e foi ela quem me apresentou um mundo de pessoas com deficiências, iguais a mim. E foi com ela que em muitos pontos só então aprendi a lidar com a minha deficiência. E foi com ela, já aos vinte e poucos anos que levei meus primeiros tombos na cadeira, que aprendi a cair e me levantar, que aprendi a "me dirigir", que aprendi a me enxergar como sou, que aprendi a dançar e que enfim, ganhei asas pra voar.
À essa amiga devo muito e ela sempre tem mais a me ensinar. Deixo agora que compartilhem um pouquinho da vivência desta que tem tanto o que contar. E à você Vivi, meu muito obrigada por toda a nossa história nesses mais de 10 anos e por esse texto pra nos fazer pensar.






Eu quero contar um pouco sobre a minha experiência em conhecer pessoas na sala de bate papo para vocês. Eu tenho história desde muito engraçadas até as chatas.
Eu passei a freqüentar essas salas para fazer um estudo e saber como seria para as outras pessoas conhecer uma pessoa com deficiência sem saber que ela é deficiente. Eu me surpreendi com a aceitação da galera.  Primeiro eu entavai nas salas de bate papo e não me identificava de cara como uma pessoa com deficiência. Eu queria conhecer as pessoas pela conversa primeiro e ver se valeria a pena continuar o papo ou não. Nestes casos procurei mostrar sempre a pessoa antes da deficiência e deu certo.
A maioria das pessoas que me interessava pelo papo, não se importava com a minha deficiência, explicava que cada pessoa tinha uma deficiência física e que a minha se apresentava pelo uso de um aparelho ortopédico e uma muleta. Elas diziam que isso não era problema.  Fiz muitas amizades e tive até alguns namoros através destas salas, mas o que me interessou foi quantificar o número de pessoas que achava natural a questão da deficiência.
A maioria  destas pessoas nunca tinham nem sequer conhecido uma pessoa com deficiência e procuravam uma pessoa para bater um papo agradável e leve para descontrair.  Lógico que encontrava algumas pessoas interessadas em apenas sexo e essas pessoas nem prosseguia com o papo, elas eram muito diretas neste assunto.
O importante para descobrir se a pessoa te atrai ou não, é conhecer a pessoa com uma boa conversa e motivar essa pessoa a te conhecer pessoalmente. Quando descobrem  que  a pessoa com deficiência não é nenhum E.T, ou seja, essas pessoas saem de casa, trabalham, dançam e namoram como qualquer outra pessoa disposta a viver a vida, tudo se tornava mais leve. Muitas pessoas comentavam que outras pessoas sem deficiência não tinham tanta disposição para a vida e que isso fazia diferença. Eu tenho um grande amigo que conheci na internet, o Fábio, ele dizia que o que nos uniu foi a arte. Ele na sua arte de fotografar  e eu na minha arte de dançar. Foi um papo super agradável desde o início que dura até hoje e somos grandes amigos.
Conhecer pessoas com um papo agradável sempre vale a pena!!!!!!!!!!!

6 comentários:

  1. Oi Camila,

    Adoro as suas postagens! O depoimento acima só confirma que o mundo não precisa de "barreiras" pra construímos amizades e sermos felizes.

    Estou com o seu blog na listas de blogs recomendados.

    Beijos.
    Lu

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  2. Obrigada Luciana! seja sempre muito bem vinda!
    Bjos.

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  3. Tenho amigos que conheci no bate papo deficientes...apesar de não nos vermos tanto,as vezes tomamos uma cervejinha.

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  4. Respostas
    1. Claro! Ando mesmo há tempos querendo aparecer por lá. Apareço breve e obrigada pela visita.

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  5. Nossa que legal a sua ideia, Viviane. É muito bom saber que vc vive a vida intensamente. Parabéns pelos ideais e pelo texto.

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