domingo, 1 de abril de 2012

Rafinha Bastos De frente com Gabi




Talvez o tema já esteja meio velho porquê o programa foi ao ar semana passada, talvez não porque Rafinha Bastos é notícia o tempo todo em algum lugar. De qualquer forma, não venho aqui para falar especificamente do programa ou especificamente do Rafinha e, sim, da forma "pré-fabricada" pela mídia com que tendemos hoje em dia olhar para o mundo e seus acontecimentos. Dessa forma, me sinto à vontade para ainda hoje tomá-los como exemplo.
Net à fora se espalharam manchetes do tipo "Rafinha Bastos chora ao falar de processo" e por aí, boca a boca, a notícia chegava "O Rafinha chorou falando do processo...". Quem assistiu a entrevista? Quem assistiu a entrevista sabe que o Rafinha não chorou falando do processo, se emocionou ao falar do pai e da família. Mas quem se dá ao trabalho de assistir 44 minutos de vídeo antes de sair por aí replicando notícia?! O negócio é comentar o que estão comentando, ter opnião sobre o que está acontecendo sempre.
Alguns dos poucos que de fato assistiram, disseram "estão querendo amenizar o lado dele com a manchete". Também não concordo mas ao menos é uma opnião pautada na crítica de cada um ou ao menos de um que assistiu e os outros saem replicando. Acredito eu que a mídia formulou tal manchete apenas visando ganhar números em audiência, ibope, acessos, etc. Aí todo mundo vai lá "compra" a manchete, sai divulgando e pronto. Ninguém questiona?! Reflexão zero?! Pra que perder 44 minutos se a gente passa a vista rapidamente pela tela do computador antes de começar o dia de trabalho e está lá resumido o que "aconteceu"?!
Do mesmo modo se formou a opnião pública em relação ao processo. Todo mundo tinha uma opnião formada. Todo mundo torcendo pela Wanessa, o Rafinha se transformou num canalha de um dia para o outro. Muitos e muitos fãs do próprio Rafinha aguardaram tempos e tempos o pedido de desculpas dele que não veio. Ok, a piada foi de péssimo gosto mas parando pra pensar, que piada não é de péssimo gosto?! Piadas falam do que há de ridículo em nós. Piadas sobre deficientes, gays, negros, políticos, cornos, todas são agressivas e quem de nós nunca riu de uma piada dessas? Quantas pessoas já não se sentiram ofendidas pelas piadas do Rafinha mas nenhum de seus fãs jamais pensou que ele deveria se desculpar com esses "simples mortais", a mídia jamais julgou qualquer de suas piadas até que a coisa tomasse tal proporção, mexesse com uma "estrela".
Não, eu não estou aqui defendendo o Rafinha  Bastos, sequer sou uma de suas fãs ou de suas seguidoras no Twitter apenas estou questionando a passividade com que qualquer coisa vinda da mídia é aceita. O que eu vi do Rafinha na entrevista com a Marília Gabriela foi uma pessoa completamente arrogante, no entanto, uma pessoa. Alguém que também sofre e sente as consequências dos seus atos mas que tem crenças, valores próprios que o balizam, e nesse ponto eu o admiro. O admiro não por suas piadas toscas e sim, por ver nele, à partir dessa entrevista alguém que não se presta a "ter que ser o que esperam que ele seja".
Seguindo o mesmo raciocínio, aplaudo os que nunca gargalharam com uma piada dele, sempre acharam todas de péssimo gosto e, realmente, torcem para que ele perca definitivamente a causa sendo punido pela piada infeliz em relação a Wanessa. Agora, os que assistem aos shows, compram os DVDs, dobram gargalhadas com as piadas, seguem no Twitter e querem posar de politicamente corretos, por favor, poupem meus ouvidos de suas opniões "pré-fabricadas" pela mídia.

3 comentários:

  1. Concordo contigo Camila sobre o que você comentou... agora sobre o processo, eu acho que evidencia um fenômeno bem maior que estamos vivendo, estava conversando com uma amiga sobre isso outro dia, nós como sociedade vivemos um momento histórico de aparente liberação, lutamos pelo direito de fazer qualquer coisa, no entanto reprimimos o direito de falar qualquer coisa. Concordo que a piada sobre a Wanessa tenha sido infeliz e de muito mal gosto, contudo acho o processo um tremendo exagero, pode ser uma opinião controversa, mas acredito que o humor para ser humor ele precisa ser livre, sem qualquer tipo de censura...

    ResponderExcluir
  2. Concordo completamente com vc Bruno, meus "aplausos" no texto acima são apenas para a coerência na conduta e não por apoiar a causa.

    ResponderExcluir
  3. Vc escreve de uma maneira que eu gosto muito,Cami!Concordo com tudo que vc disse e assino em baixo.
    Não sou fã dele.Ele é arrogante,mas autentico,e acredita em si mesmo,a ponto de não baixar a crista por nada mesmo quando viu seu mundo "desabar" na emissora em que estava,e continua aí,altivo,e cada dia "mais" arrogante!
    Acho que esse é o caminho,ser vc sempre,não importa como seja!
    Bjcas

    ResponderExcluir