quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Cheia de vazio


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E eu estou cheia de um vazio que não me preenche mas que me sufoca. Um silêncio de palavras que me enlouquecem mas não me dizem nada. Um cansaço de imagens que se borram e jamais se esgotam. Um zunido de zumbidos que não tem sentido.

Me afogo. Eu me jogo mas não alcanço o solo. Já cansei de nadar. Agora quero apenas, respirar.


Brasília, 21 de setembro de 2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Remédio pra qual dor?


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O despertador toca
Já é hora de acordar para tomar o remédio para a dor.
Mas ainda nem dormi!
Para dor... qual dor?
A dor do dente, da gengiva inflamada?
Mas e remédio pra dor da alma
Alguém tem aí?
Pro coração que inflamou....


Brasília, 22 de setembro de 2012

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Dói...


Imagem retirada da internet


Por vezes a culpa me corrói
Acho que poderia ter sido melhor para você
Mas no fundo sei, que em todos os momentos,
Fui o melhor que eu poderia ser
Se não fui além foi porque não consegui alcançar
Mas em momento algum eu desisti de tentar.
Me dói te ver partir mas eu só desejo que ela te faça sorrir
E te faça feliz como eu não consegui...


Brasília, 22de setembro de 2012.

domingo, 23 de setembro de 2012

Hoje eu decidi me despedir das minhas dores



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Há 10 dias atrás, lá fui eu arrancar os dois cisos que ainda me restavam. Bem o oposto da vez anterior, lá estava eu, sem medo, sem ansiedade quase curtindo aguardar pelo momento de rever os olhinhos brilhantes do meu doce e belo dentista. E veja como é a vida, da primeira vez eu tremia de  medo do desconhecido por tantas histórias horríveis que tinham me contado e quase não senti dor. Foi quando no retorno sem medo, confiante e relaxada, algo deu errado, a anestesia não pegou e na extração do ciso inferior eu não tive um segundo sequer sem dor. Aí começou meu tormento! Fui pra casa e a dor me acompanhou, da mesma forma que a anestesia, o analgésico também não estava surtindo efeito e apenas no dia posterior a dor aliviou. Mas foi por pouco tempo, 48 hrs sem dor e ela voltou. Voltou e daí em diante só aumentou. A dor aumentava e a bochecha inchava. Mas eu suportava, para mim estava apenas conhecendo o terror para o qual todos já haviam me preparado na primeira extração. Apesar  de mal conseguir abrir a boca, a dor para mim era suportável (acho que já criei uma resitência um pouco além do normal.).
Enfim na sexta, ao chegar no dentista para retirada dos pontos... nada estava normal. Minha gengiva inflamara e criara uma infecção. Aí sim eu descobri o que era dor, enquanto ele drenava o pus sem chance de anestesia. Por alguns instantes cheguei perto de desmaiar mas ainda assim, nada se compara a dor de ter uma veia dissecada sem que a anestesia fizesse efeito (mas isso foi uma outra história que já ficou para trás...). Nesse momento a dor do dente até anestesiava a dor que eu sentia por dentro...
Horas antes de ir para o dentista me deparei com fotos de alguém que um dia eu sonhei seria meu, feliz, nos braços de outro alguém. Ok, a despedida entre nós já acontecera, embora não com cara de despedida (muito mais com cara de reencontro). Ainda assim dói, doeu. Na verdade, continua doendo.
De sexta pra cá meu final de semana foi assim, de dores. Físicas e emocionais. A física o remédio alivia, a emocional... as fotos ficam num vai e vem contínuo na minha memória. Machuca! Os remédios aliviam a dor, não cessam. E me causam enjôo, dor de cabeça e uma moleza contínua, beirando o desmaio em certos momentos. Mas hoje eu decidi que basta, resolvi me despedir da minha dor. Amanhã volto a trabalhar, mesmo com atestado, não sei com que ânimo com essa carga de remédios e dor mas a minha vida precisa voltar a andar, a minha cabeça precisa se ocupar.
Hoje me levantei da cama e fui arrumar os docinhos nos saquinhos para distribuir na festa de Cosme e Damião. Nada melhor do que preparar agrados para as crianças para alegrar e adoçar a vida. Já me sinto um pouco melhor. Talvez esteja aí o bem da caridade, você se ocupa um pouco dos outros e se esquece um pouco de si.
Ainda que amanhã eu não consiga sorrir, ao menos eu já decidi. Se não é pra ficar, que vá de vez e me deixe seguir. Se não é pra ser que não seja e um dia vai novamente vai passar, ou então, o universo me trará. Eu só sei que eu não quero mais sofrer!

sábado, 22 de setembro de 2012

Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência e Dia do Atleta Paralímpico


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Hoje, pela primeira vez na história comemoramos o Dia do Atleta Paralímpico e ontem foi comemorado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Ambas as datas se entrelaçam de alguma forma à minha história. Não sou muito ligada a termos, essa coisa do "políticamente correto" por vezes até me irrita um pouco, outras, chega a soar até um tantinho mais preconceituoso do que o "políticamente incorreto". Pra mim o que vale é a naturalidade, o dizer sem maldade, o encarar sem barreiras. O termo "pessoa com deficiência" por exemplo, à mim não diz nada, não difere ninguém, afinal, quem não as tem?! Sejam físicas, cerebrais, cognitivas, emocionais, visíveis ou invisíveis, todos nós as temos. Mas ok, se é esse o termo a ser utilizado, falemos das "Pessoas com Deficiência", pessoas comuns, como eu mesma, ou como nossos atletas que brilharam dias atrás nas Paralimpíadas de Londres e se tornaram ídolos.
Eu, como deficiente, posso dizer que a data comemorada ontem possui um significado muito maior do que o político, porque a "Luta das Pessoas com Deficiência" é uma luta diária, gigante que se estabelece dia a dia até mesmo nos pequenos exercícios cotidianos. Não falo aqui da luta política, falo da luta que se inicia, para muitos, no momento em que abrimos os olhos, muitas vezes até pela própria saúde, que de tão fragilizada pela deficiência tem que ser conquistada diariamente. Exercer pequenas tarefas cotidianas as quais as pessoas nem se dão conta, muitas vezes pra nós exige um elevado grau de superação e determinação e assim, a cada dia novas batalhas se colocam a nossa frente, no meio do nosso caminho. Por isso tenho orgulho de dizer que somos guerreiros, somos sobreviventes e somos todos vitoriosos todos os dias. E por isso também, digo sem medo, que a data criada é um dia para nossa comemoração mas deveria ser ainda, um dia para que todos possam refletir e entender que não é justo que quem já tem tudo de forma tão mais fácil se permita dificultar ainda mais a vida de quem já tem que lutar tanto pelas coisas mais banais. Pense, reflita, seja educado! Respeite vagas especiais, rampas, lugares reservados para portadores de necessidades especias, ou seja lá como quiserem chamar. Isso não será um grande sacrifício para você e, com certeza, facilitará muito a nossa vida.
E o dia do atleta Paralímpico, ah, esse foi criado para homenagear os guerreiros que deixaram de ser anônimos, e que apesar da deficiência esbanjam eficiência. Há poucos dias atrás eu vivi o momento em que traballho e orgulho se entrelaçaram, ao ver nossos atletas paralímpicos retornarem vitoriosos de Londres. Senti orgulho por fazer triplamente parte desse time, via Comitê Paralímpico e por estar representada em Londres enquanto pessoa com deficiência e enquanto brasileira. À esses atletas, que superam todos os dias dificuldades como as minhas e não perdem a garra, meus eternos aplausos!!!
E nesse universo, eu ainda tenho a honra de ter os meus ídolos particulares, chamados Marcos Nunes e Viviane Pereira, dois desses enormes guerreiros que não param de se superar, dia a dia e com quem sempre aprendo mais e mais. Dois lindos deficientes sem limites. Marquinhos, meu amado amigo "não precisa" andar pois ele vai muito além, ele sabe voar! E Vivi, minha linda amiga, que desconhece a palavra deficiência e faz sua alma dançar. À eles, toda a minha admiração e meu muito obrigada porque eles me ensinaram a voar e a dançar muito além dos limites do corpo e dos limites que a vida nos impõe.
E o meu pequeno Leo, afilhado e mascotinho, presente da amiga-irmã Mari Hart, que vive a sorrir e encantar todos os que tem o prazer de dele se aproximar. Leo, eu não poderia deixar de citar, porque ele é o retrato de que deficiência não é motivo pra chorar.
Neste dia, meu muito obrigada à todos,  família e amigos, que fizeram parte da minha luta particular, me ajudando a superar cada obstáculo cotidiano, me ensinado que eu não preciso de pernas para caminhar. 


"Deficiente é quem não consegue modificar a sua vida, aceitando as imposições dos outros e da sociedade, ignorando que é dono do seu destino; louco é quem não procura ser feliz com o que possui; cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas." (Mário Quintana)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Boas vindas à chuva e a Primavera!


Imagem retirada da internet


Que a chuva e a Primavera, que hoje chegam juntas, sejam capazes de fazer florescer os mais belos amores, sorrisos e motivos para sermos felizes. Que o cheiro das flores, da chuva e de terra molhada seja capaz de perfumar toda a nossa caminhada. Que o som das gotas que caem e o canto dos pássaros que vem saudar a chegada das flores se tornem a trilha sonora de nossas conquistas.
Que a chuva seja capaz de lavar as almas, escoar para longe as dores de amores e regar em nós cada pequeno sonho, germinando as sementes de nossas realizações.
E que a Primavera nos brinde com sua multiplicidade de cores, aromas e as mais belas flores enfeitando cada amanhecer e nos ensinando dia a dia, a renascer.
Enfim, que a beleza da vida possa sempre prevalescer!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ciclo da vida



Foto: Camila Góes













Olho as árvores ao redor
Elas estampam o ciclo da vida
Ora floridas, cheias de vida
Ora secas, com galhos vazios.
Elas retratam que é preciso deixar morrer
Para poder flrescer
E preciso deixar cair
Para poder renascer.

Por Camila Góes
Bsb, 30/07/12



Foto: Camila Góes

domingo, 2 de setembro de 2012

Destino ou acaso, fato é que a vida surpreende!


Foto retirada da internet


E assim, numa tarde de um domingo comum, o primeiro domingo de setembro, tentando ocupar a cabeça para não devanear... recebo, de repente, uma das mais lindas homenagens da minha vida! Da Fê, Fê Iasi, do blog "Ah... Se eu fosse você..." que entrou na minha vida assim "por mero destino" nas palavras dela. E se Setembro é o mês das flores, como eu anunciei no primeiro dia, pronto, ela começou a fazer florir...
O texto me fez olhar pra mim, olhar pro hoje, pro amanhã e também pro ontem. E foi assim, meio sem querer que percebi que as melhores coisas na vida acontecem quase por acaso ou talvez "por mero destino". Vai saber...
Foi assim meio por acaso ou talves "por mero destino" que cheguei ao "Ah... Se eu fosse você...". Eu queria saber o que ela faria se ela fosse eu e descobri que somos quase a mesma pessoa, apenas em etapas diferentes. E, quase sem querer, por acaso ou por destino, nos tornamos próximas com toda a distância. Enquanto pessoas proximas se tornam por destino ou por acaso, muito mais distantes.
Foi assim meio por acaso ou por mero destino que o homem que me faz completa, entrou na minha vida, se transformou num príncipe das marés e por acaso ou por destino, de repente, se foi. E por destino ou por acaso, nos reencontramos justo quando ele preparava para partir... E quando ele se foi, assim, meio de repente, por destino ou por acaso, a minha fé voltou. Foi assim meio por acaso ou por destino, que quando eu pensei que fosse quebrar me tornei mais forte, foi assim "por mero destino" ou acaso, que quando pensei que eu fosse desesperar eu pude me aquietar e me pus a esperar.
Foi assim, meio por acaso ou por destino que um belo dia, entrou na minha vida uma Bruxa do Amor. E foi algo nas palavras dela, assim, meio sem querer, por descuido ou por destino, que ela me preparou para encarar o meu amor.
E foi assim, meio por acaso ou por mero destino, que aquela amiga distante, de outra cidade, veio até aqui me dizer tantas vezes o que o acaso ou o destino mandou. E por conta do destino ou do acaso, as palavras ecoaram até que eu pudesse entender.
Foi assim, por destino ou por acaso, que o casal do meu conto de fadas resolveu vir me ver e me lembrar de como tudo pode acontecer.
E foi assim, não sei se por destino ou por acaso, que eu vim parar nessa cidade onde tudo começou a acontecer
E assim, meio de repente, meio sem querer, me pus a pensar por mero acaso no destino ou por mero destino no acaso. Vai saber...
Seja destino ou acaso, fato é que a vida surpreende!