segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012 e Feliz 2013!


Imagem retirada da internet


2012 foi um ano nem todo ruim, nem de todo bom, como acredito que todos sejam mas alguns, deixam marcas por demais ruins ou tantas marcas ruins que querermos nos livrar logo deles e apagar da memória. Outros são tão bons, tão bons, apesar dos momentos ruins que reservamos um espacinho especial pra eles em nossa memória e em nossos corações.
2012 foium ano difícil pra mim. Muitas marcas, muitas decepções, muitas dores, muitas perdas embora Graças à Deus nenhuma morte de algum ente querido,saúde complicada... Mas também um ano em que vivi muitas coisas novas, amadureci, conheci muita gente que se fez importante pra mim em pouco tempo, recuperei minha fé, em Deus e em mim, reencontrei muitas pessoas importantes, fiz amizades maravilhosas, aprendi muito e hoje, termino o ano num turbilhão de realizações e feliz, feliz demais.
Nessa última semana refiz meu guarda-roupa, simbolicamente repaginando minha vida, mudei meu visual. Comprei roupas, sapatos, bolsas, brincos, pulseiras, calcinhas, sutiãs... tudo novo para 2013 e me desfiz de muita coisa antiga. Tudo muito diferente do meu estilo até então. E depois de tudo comprado, olhando pra tudo me dei conta de que o fluorescente tomou conta do meu armário. Amarelo, muito amarelo, verde, rosa e laranja, tudo de doer os olhos! Ri, estou realmente diferente mas acho que 2013 merece realmente reluzir.
Estou ansiosa pela chegada de 2013 como desde criança não fico. Não tenho mais a ilusão de que ao virar o ano tudo muda. E nem quero, afinal, os finalmentes de 2012 estão no ponto. Mas me apaixonei por 2013, assim, sem mais nem porque, como acontece quando a gente se apaixona. Sei que 2013 vai ser um ano puxado pra mim, um ano de bastante trabalho mas algo que me diz que de muitas realizações também.
Que assim seja pra mim e pra você! Que 2013 seja um ano em que floresçam as mais belas flores no jardim de cada um, um ano de colheita, onde possamos colher tudo de bom que plantamos. Um ano recheado de amor, amigos verdadeiros, sonhos, paz, esperança e repleto de realizações. Que venha 2013 cheio de cor e amor!

Feliz Ano Novo!

Imagem retirada da internet

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A fragilidade da vida.


João Scwindt - foto retirada da internet


Há 10 das atrás estava eu no Rio de Janeiro sentada à mesa, num brunch com João Schwindt. Algumas horas mais tarde, estava eu na plateia, no Prêmio Paralímpico 2012 assistindo João ser prêmiado como melhor atleta do ciclismo. João brilhava. Hoje fico sabendo pelos jornais que João falecu. Sensação no mínimo de estranheza. ainda o vejo sorrir e consigo ouvir sua voz. Mas é pouco, a palavra é tristeza. Não, eu não era amiga de João mas o conhecia, gostava dele e o admirava. Além do estranhamento, tristeza, perplexidade! Perplexidade porquê? Todos sabemos que nascemos e um dia vamos morrer... mas quem realmente se dá conta disso no dia a dia?!
Campeão do ciclismo nos jogos Parapan-americanos de Guadalajara em 2011 e representante do Brasil nas Paralímpiadas em Londres 2012, João estava vivendo um momento de glória, reconhecimento e, de repente, tudo é interrompido. Um acidente. Um carro pegou sua moto. Uma fatalidade, uma irresponsabilidade talvez... fato é, que tudo foi interrompido sem que João sequer sonhasse que isso poderia acontecer. Isso me faz lembrar a fragilidade da vida. Todos vivemos como se fôssemos eternos, como se tivéssemos todo o tempo do mundo, mas não temos. As vésperas do ano novo, todos sonhando, fazendo planos... façamos planos, sonhemos mas comecemos hoje, por que esperar até amanhã, até 2013? Sejamos melhores hoje, comecemos hoje a colocar em prática o que nos fará realizar nossos sonhos amanhã. 

Niemeyer - foto retirada da internet


Niemeyer, meu ídolo Niemeyer, outro que se foi. Uma morte nem tanto inesperada assim,embora eu confesse que para mim tenha sido um choque. Eu estava tão acostumada com aquele senhor que se superava a cada ano, completando 100, 101, 102, 103, 104 anos e tão próximo dos 105, em plena lucidez, em plena atividade, me mostrando que a vida está aí pra ser vivida seja em que altura for, que demorei a assimilar que não o veria completar 105 poucos dias adiante. Enfim, isso pra mim, mas relativizando, uma morte já nem tanto inesperada. Ainda assim, uma interrupção de planos, de sonhos, de tragetória, Niemeyer queria realizar ainda tanto e trabalhava pra isso mas sua hora chegou. Ele não sabia e nenhum de nós sabemos a nossa hora nem a hora das pessoas que amamos. Então, tenhamos sede de viver, de realizar, de amar, de ser feliz.
Nós temos a ilusão de que temos o controle sobre nossas vidas mas não temos, então, vivamos da melhor forma possível a cada dia! Essa poderia ser uma bela mensgem para o início de ano mas prefiro fazer dela uma mensagem para o hoje ainda que eu possa repetí-la dia 31. 

Viva! Seja feliz! A hora é agora!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal!




Que a noite de Natal seja iluminada e repleta de magia, paz, amor e sonhos renovados mas que o Natal seja muito mais do que a noite recheada de presentes, rodeada de pessoas queridas e com mesa farta. Que o seu sentido seja lembrado, seja ensinado as crianças e que o espírito natalino possa permanecer em cada um ao longo de todos os dias. Espírito de paz, humildade, um tanto de resignação, amor ao próximo, dedicação, de oração e reflexão.
Que o Natal seja motivo de união e que essa uinão se estenda dia a dia, não só nas comemorações mas também nas dificuldades.

Feliz Natal!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Aos mestres com carinho!


Imagem retirada da internet


Dia dos mestres me remete a infância, àquele tempo em que eu passava boa parte do meu tempo aos cuidados deles, aprendendo com eles e com àquela ingênua curiosidade tentando entender como eles sabiam tanto e eu tão pouco, tentando imaginar como eu faria para guardar aquele tanto de informações que eles me passavam todos os dias como se fossem as coisas mais simples do mundo. Lá estava o começo de tudo e vida à fora segui, encontrando outros mestres que foram lapidando meus talentos, me apresentando novos mundos, alimentando ainda mais minhas curiosidades, minha fome de saber.
Hoje olho para trás e vejo que no que sou atualmente, tem um pouco de cada um. Uns foram mais importantes, sem dúvida, outros um pouco menos mas todos contribuíram para o que sou hoje. O gosto por escrever vindo das aulas de redação desde bem cedo, o gosto pela leitura, a expansão da mente criativa, a paixão pela Filosofia já um pouco mais tarde e na faculdade os mestres que me fizeram apaixonar pela minha profissão, que me ensinaram a ser profissional, que me passaram a segurança necessária, o entendimento necessário, a curiosidade necessária. Todos, acima de tudo, mestres que me ensinaram a superar dificuldades.
Por isso, aqui deixo meu agradecimento à todos estes que passaram na minha vida, cada um à sua forma e contribuíram para que eu me tornasse um pouquinho melhor. Em especial cito aqui, minha querida professora-tia-mãe que graças a era da internet e as redes sociais, tive o prazer de reencontrar, "tia" Marta Povoleri. Meu eterno muito obrigada à você por tudo o que me ensinou e me ensina até hoje. Muitas outras eu gostaria de reencontrar... tia Téia, tia Lea e uma infinidade de "tias" primárias perdidas por aí. Meu eterno muito obrigada também è todas vocês que eu ainda não reencontrei.
E à todos os professores espalhados por este país, PARABÈNS!!! Vocês fazem o futuro da nação!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Dia das CRIANÇAS! Quais crianças???


Imagem retirada da internet


Hoje é Dia das Crianças e eu poderia abordar esse tema aqui das mais diversas formas... poderia, por exemplo, falar da minha infância, o quanto foi doce, pura e repleta de magia, como deve ser; ou poderia falar da criança que ainda hoje vive em mim e que, eu faço questão de não deixar morrer; poderia falar dos meus sobrinhos amados que são minhas eternas crianças... mas hoje se faz imperativo pra mim refletir sobre o que estamos contruido para nossas crianças e que crianças estamos construindo.
Olho ao redor e vejo crianças sem escolas, sem família, sem alimento, sem lar. Crianças jogadas nas ruas. Algumas desde bem novas entregues aos mais variados vício. Outras desde bem novas trabalhando como escravas para ajudar a colocar comida em casa e sustentar uma família que não foi ela quem criou. Crianças roubando, crianças matando, crianças vendendo seus corpos. Crianças que deveriam estar brincando e estudando como qualquer outra. Crianças invisíveis aos olhos de um país! Essas são as crianças pobres, que o país acha que pode deixar pra lá, esquecendo-se de que elas também serão o amanhã.
E as não tão pobres assim, as de classe média, as ricas??? Será que a situação é muito melhor? Não sei...
Vejo crianças em escolas públicas que não se preocupam com o aprendizado, não se preocupam em ensinar. Se o nível de ensino é fraco, vamos baixar o nível de cobrança nas provas para que todos possam passar, o importante é aprovar para se alcançar metas, números, estatísticas que digam que o país está "crescendo". País nenhum cresce sem educação de qualidade. Vejo crianças em escolas particulares, onde também não podem ser cobradas, reprovadas... isso "atrapalha" os planos dos pais. O jeito é passar, senão perde o aluno pra uma escola mais fraca. A maré não está boa pra ficar perdendo aluno e quem se importa mesmo com a educação?!
Vejo crianças com famílias "bem sucedidas" mas onde os pais, não tem tempo de educar eles "tem" que trabalhar para sustentar então não dá tempo de amar e ensinar. À esses pais cabe apenas sustentar e realizar caprichos. Empurram para escola o que seria dever deles e, pagam bem por esse "favor" então, sentem-se no direito de impor limites na educação. Calma lá, sem repreensões porque "se eu não brigo com meu filho quem é uma professora para brigar?". A professora torna-se apenas mais um "produto" comprado pelos pais. Assim, pais ausentes invertem valores tentando compensar em presentes o que não conseguem dar em carinho e atenção, não conseguem impor limites por se sentirem culpados e superprotegem das repreensões porque para eles soa um sofrimento à mais. E assim cria-se uma geração com valores invertidos onde o ter passa a ser mais importante que o ser, onde se acredita que amor se compra, onde se acredita que dinheiro trás felicidade e depois vai todo mundo parar no divã de um analista sofrendo de solidão. Bons modos, caráter, princípios se aprende em casa, com pai e mãe.
Vejo crianças de 4, 5, 6 anos transformadas em mini adultos, o dia inteiro vidradas em Computadores, IPads... usando redes sociais antes mesmo de aprenderem a ler escrever, via pais e mães irresponsáveis. Meninas nessa mesma idade usando maquiagens, esmaltes nas unhas dos pés e das mãos, saltos... pulando etapas tão importantes. Crianças cantando e dançando músicas que a inocência sequer permite que elas se dêem conta do significado do que estão dizendo, do simbólico dos movimentos que fazem enquanto dançam. E pais e mães orgulhosos de seus pequenos "talentos". São esses mesmos pais que vão reclamar quando aos 10 anos seus filhos não tiverem mais inocência e quem sabe, ainda criança estiverem gerando outras crianças.
Vejo casais tendo filhos como se fossem bonecos. Fazem e depois empurram para os avós as responsabilidades de cuidar, de sustentar porque muita vezes nem mesmo conseguem se sustentar ainda, porque são muito novos e se acham no direito de curtir a vida sem hora, sem choro, sem obrigações para com outro ser. Vejo mulheres fazendo filhos para prender maridos, namorados ou qualquer um que dê na telha. Vejo homens fazendo filhos, irresponsávelmente, em diferentes mulheres e depois "deixar pra lá". Os adultos de hoje se esquecem que filhos são crianças, crianças tem vida, vão crescer e vão sofrer com as escolhas erradas de quem deveria cuidá-los, protegê-los e amá-los.
Agora eu pergunto... é isso que queremos para as nossas crianças? Quem constrói o mundo em que elas vivem e do qual nós reclamamos somos nós mesmos. Você acredita mesmo que essas crianças terão um mundo melhor do que o nosso? E hoje, comprar um presente caro para a comemoração da data basta?
Feliz dia das crianças pra quem??? Quem é a criança que você está construindo? Acordem, pais e mães, vocês estão construindo hoje o futuro dos seus filhos, vocês podem torná-los adultos maduros, dignos e felizes ou fazê-los eternos errantes, frustrados e impotentes diante da vida. A escolha é de vocês e é feita a cada dia!
Eu deixo aqui o meu desejo de feliz dia à todas as crianças e que cada dia, de cada uma delas, possa ser vivido sempre da forma mais perene e inocente possível. Que todas as crianças possam curtir a magia das bonecas, dos carrinhos, de correr, pular... e que se mantenham o maior tempo possível de suas vidas distantes da "prisões" das redes sociais, das maquiagens, dos saltos... da vida de adulto da qual a gente depois que entra não se liberta nunca mais. Crianças sejam crianças! Pais, alimentem as crianças em seus filhos e em vocês próprios e cuidem para que suas crianças sejam apenas crianças, esse é o melhor presente que vocês podem lhes dar.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Lembranças que a chuva trás




E a chuva me trás a lembrança dos nossos corpos molhados
Pegos de surpresa
Enxarcados.
No meio do parque, você e eu.
O mundo se acabava em água
Enquanto nós dois éramos abençoados
Com nosso corpos molhados
E colados.
Embebedados pela chuva
Entre nossos beijos e sussurros molhados.


Brasília, 22 de setembro de 2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Cheia de vazio


Imagem retirada da internet


E eu estou cheia de um vazio que não me preenche mas que me sufoca. Um silêncio de palavras que me enlouquecem mas não me dizem nada. Um cansaço de imagens que se borram e jamais se esgotam. Um zunido de zumbidos que não tem sentido.

Me afogo. Eu me jogo mas não alcanço o solo. Já cansei de nadar. Agora quero apenas, respirar.


Brasília, 21 de setembro de 2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Remédio pra qual dor?


Imagem retirada da internet


O despertador toca
Já é hora de acordar para tomar o remédio para a dor.
Mas ainda nem dormi!
Para dor... qual dor?
A dor do dente, da gengiva inflamada?
Mas e remédio pra dor da alma
Alguém tem aí?
Pro coração que inflamou....


Brasília, 22 de setembro de 2012

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Dói...


Imagem retirada da internet


Por vezes a culpa me corrói
Acho que poderia ter sido melhor para você
Mas no fundo sei, que em todos os momentos,
Fui o melhor que eu poderia ser
Se não fui além foi porque não consegui alcançar
Mas em momento algum eu desisti de tentar.
Me dói te ver partir mas eu só desejo que ela te faça sorrir
E te faça feliz como eu não consegui...


Brasília, 22de setembro de 2012.

domingo, 23 de setembro de 2012

Hoje eu decidi me despedir das minhas dores



Imagem retirada da internet


Há 10 dias atrás, lá fui eu arrancar os dois cisos que ainda me restavam. Bem o oposto da vez anterior, lá estava eu, sem medo, sem ansiedade quase curtindo aguardar pelo momento de rever os olhinhos brilhantes do meu doce e belo dentista. E veja como é a vida, da primeira vez eu tremia de  medo do desconhecido por tantas histórias horríveis que tinham me contado e quase não senti dor. Foi quando no retorno sem medo, confiante e relaxada, algo deu errado, a anestesia não pegou e na extração do ciso inferior eu não tive um segundo sequer sem dor. Aí começou meu tormento! Fui pra casa e a dor me acompanhou, da mesma forma que a anestesia, o analgésico também não estava surtindo efeito e apenas no dia posterior a dor aliviou. Mas foi por pouco tempo, 48 hrs sem dor e ela voltou. Voltou e daí em diante só aumentou. A dor aumentava e a bochecha inchava. Mas eu suportava, para mim estava apenas conhecendo o terror para o qual todos já haviam me preparado na primeira extração. Apesar  de mal conseguir abrir a boca, a dor para mim era suportável (acho que já criei uma resitência um pouco além do normal.).
Enfim na sexta, ao chegar no dentista para retirada dos pontos... nada estava normal. Minha gengiva inflamara e criara uma infecção. Aí sim eu descobri o que era dor, enquanto ele drenava o pus sem chance de anestesia. Por alguns instantes cheguei perto de desmaiar mas ainda assim, nada se compara a dor de ter uma veia dissecada sem que a anestesia fizesse efeito (mas isso foi uma outra história que já ficou para trás...). Nesse momento a dor do dente até anestesiava a dor que eu sentia por dentro...
Horas antes de ir para o dentista me deparei com fotos de alguém que um dia eu sonhei seria meu, feliz, nos braços de outro alguém. Ok, a despedida entre nós já acontecera, embora não com cara de despedida (muito mais com cara de reencontro). Ainda assim dói, doeu. Na verdade, continua doendo.
De sexta pra cá meu final de semana foi assim, de dores. Físicas e emocionais. A física o remédio alivia, a emocional... as fotos ficam num vai e vem contínuo na minha memória. Machuca! Os remédios aliviam a dor, não cessam. E me causam enjôo, dor de cabeça e uma moleza contínua, beirando o desmaio em certos momentos. Mas hoje eu decidi que basta, resolvi me despedir da minha dor. Amanhã volto a trabalhar, mesmo com atestado, não sei com que ânimo com essa carga de remédios e dor mas a minha vida precisa voltar a andar, a minha cabeça precisa se ocupar.
Hoje me levantei da cama e fui arrumar os docinhos nos saquinhos para distribuir na festa de Cosme e Damião. Nada melhor do que preparar agrados para as crianças para alegrar e adoçar a vida. Já me sinto um pouco melhor. Talvez esteja aí o bem da caridade, você se ocupa um pouco dos outros e se esquece um pouco de si.
Ainda que amanhã eu não consiga sorrir, ao menos eu já decidi. Se não é pra ficar, que vá de vez e me deixe seguir. Se não é pra ser que não seja e um dia vai novamente vai passar, ou então, o universo me trará. Eu só sei que eu não quero mais sofrer!

sábado, 22 de setembro de 2012

Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência e Dia do Atleta Paralímpico


Imagem retirada da internet


Hoje, pela primeira vez na história comemoramos o Dia do Atleta Paralímpico e ontem foi comemorado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Ambas as datas se entrelaçam de alguma forma à minha história. Não sou muito ligada a termos, essa coisa do "políticamente correto" por vezes até me irrita um pouco, outras, chega a soar até um tantinho mais preconceituoso do que o "políticamente incorreto". Pra mim o que vale é a naturalidade, o dizer sem maldade, o encarar sem barreiras. O termo "pessoa com deficiência" por exemplo, à mim não diz nada, não difere ninguém, afinal, quem não as tem?! Sejam físicas, cerebrais, cognitivas, emocionais, visíveis ou invisíveis, todos nós as temos. Mas ok, se é esse o termo a ser utilizado, falemos das "Pessoas com Deficiência", pessoas comuns, como eu mesma, ou como nossos atletas que brilharam dias atrás nas Paralimpíadas de Londres e se tornaram ídolos.
Eu, como deficiente, posso dizer que a data comemorada ontem possui um significado muito maior do que o político, porque a "Luta das Pessoas com Deficiência" é uma luta diária, gigante que se estabelece dia a dia até mesmo nos pequenos exercícios cotidianos. Não falo aqui da luta política, falo da luta que se inicia, para muitos, no momento em que abrimos os olhos, muitas vezes até pela própria saúde, que de tão fragilizada pela deficiência tem que ser conquistada diariamente. Exercer pequenas tarefas cotidianas as quais as pessoas nem se dão conta, muitas vezes pra nós exige um elevado grau de superação e determinação e assim, a cada dia novas batalhas se colocam a nossa frente, no meio do nosso caminho. Por isso tenho orgulho de dizer que somos guerreiros, somos sobreviventes e somos todos vitoriosos todos os dias. E por isso também, digo sem medo, que a data criada é um dia para nossa comemoração mas deveria ser ainda, um dia para que todos possam refletir e entender que não é justo que quem já tem tudo de forma tão mais fácil se permita dificultar ainda mais a vida de quem já tem que lutar tanto pelas coisas mais banais. Pense, reflita, seja educado! Respeite vagas especiais, rampas, lugares reservados para portadores de necessidades especias, ou seja lá como quiserem chamar. Isso não será um grande sacrifício para você e, com certeza, facilitará muito a nossa vida.
E o dia do atleta Paralímpico, ah, esse foi criado para homenagear os guerreiros que deixaram de ser anônimos, e que apesar da deficiência esbanjam eficiência. Há poucos dias atrás eu vivi o momento em que traballho e orgulho se entrelaçaram, ao ver nossos atletas paralímpicos retornarem vitoriosos de Londres. Senti orgulho por fazer triplamente parte desse time, via Comitê Paralímpico e por estar representada em Londres enquanto pessoa com deficiência e enquanto brasileira. À esses atletas, que superam todos os dias dificuldades como as minhas e não perdem a garra, meus eternos aplausos!!!
E nesse universo, eu ainda tenho a honra de ter os meus ídolos particulares, chamados Marcos Nunes e Viviane Pereira, dois desses enormes guerreiros que não param de se superar, dia a dia e com quem sempre aprendo mais e mais. Dois lindos deficientes sem limites. Marquinhos, meu amado amigo "não precisa" andar pois ele vai muito além, ele sabe voar! E Vivi, minha linda amiga, que desconhece a palavra deficiência e faz sua alma dançar. À eles, toda a minha admiração e meu muito obrigada porque eles me ensinaram a voar e a dançar muito além dos limites do corpo e dos limites que a vida nos impõe.
E o meu pequeno Leo, afilhado e mascotinho, presente da amiga-irmã Mari Hart, que vive a sorrir e encantar todos os que tem o prazer de dele se aproximar. Leo, eu não poderia deixar de citar, porque ele é o retrato de que deficiência não é motivo pra chorar.
Neste dia, meu muito obrigada à todos,  família e amigos, que fizeram parte da minha luta particular, me ajudando a superar cada obstáculo cotidiano, me ensinado que eu não preciso de pernas para caminhar. 


"Deficiente é quem não consegue modificar a sua vida, aceitando as imposições dos outros e da sociedade, ignorando que é dono do seu destino; louco é quem não procura ser feliz com o que possui; cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas." (Mário Quintana)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Boas vindas à chuva e a Primavera!


Imagem retirada da internet


Que a chuva e a Primavera, que hoje chegam juntas, sejam capazes de fazer florescer os mais belos amores, sorrisos e motivos para sermos felizes. Que o cheiro das flores, da chuva e de terra molhada seja capaz de perfumar toda a nossa caminhada. Que o som das gotas que caem e o canto dos pássaros que vem saudar a chegada das flores se tornem a trilha sonora de nossas conquistas.
Que a chuva seja capaz de lavar as almas, escoar para longe as dores de amores e regar em nós cada pequeno sonho, germinando as sementes de nossas realizações.
E que a Primavera nos brinde com sua multiplicidade de cores, aromas e as mais belas flores enfeitando cada amanhecer e nos ensinando dia a dia, a renascer.
Enfim, que a beleza da vida possa sempre prevalescer!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ciclo da vida



Foto: Camila Góes













Olho as árvores ao redor
Elas estampam o ciclo da vida
Ora floridas, cheias de vida
Ora secas, com galhos vazios.
Elas retratam que é preciso deixar morrer
Para poder flrescer
E preciso deixar cair
Para poder renascer.

Por Camila Góes
Bsb, 30/07/12



Foto: Camila Góes

domingo, 2 de setembro de 2012

Destino ou acaso, fato é que a vida surpreende!


Foto retirada da internet


E assim, numa tarde de um domingo comum, o primeiro domingo de setembro, tentando ocupar a cabeça para não devanear... recebo, de repente, uma das mais lindas homenagens da minha vida! Da Fê, Fê Iasi, do blog "Ah... Se eu fosse você..." que entrou na minha vida assim "por mero destino" nas palavras dela. E se Setembro é o mês das flores, como eu anunciei no primeiro dia, pronto, ela começou a fazer florir...
O texto me fez olhar pra mim, olhar pro hoje, pro amanhã e também pro ontem. E foi assim, meio sem querer que percebi que as melhores coisas na vida acontecem quase por acaso ou talvez "por mero destino". Vai saber...
Foi assim meio por acaso ou talves "por mero destino" que cheguei ao "Ah... Se eu fosse você...". Eu queria saber o que ela faria se ela fosse eu e descobri que somos quase a mesma pessoa, apenas em etapas diferentes. E, quase sem querer, por acaso ou por destino, nos tornamos próximas com toda a distância. Enquanto pessoas proximas se tornam por destino ou por acaso, muito mais distantes.
Foi assim meio por acaso ou por mero destino que o homem que me faz completa, entrou na minha vida, se transformou num príncipe das marés e por acaso ou por destino, de repente, se foi. E por destino ou por acaso, nos reencontramos justo quando ele preparava para partir... E quando ele se foi, assim, meio de repente, por destino ou por acaso, a minha fé voltou. Foi assim meio por acaso ou por destino, que quando eu pensei que fosse quebrar me tornei mais forte, foi assim "por mero destino" ou acaso, que quando pensei que eu fosse desesperar eu pude me aquietar e me pus a esperar.
Foi assim, meio por acaso ou por destino que um belo dia, entrou na minha vida uma Bruxa do Amor. E foi algo nas palavras dela, assim, meio sem querer, por descuido ou por destino, que ela me preparou para encarar o meu amor.
E foi assim, meio por acaso ou por mero destino, que aquela amiga distante, de outra cidade, veio até aqui me dizer tantas vezes o que o acaso ou o destino mandou. E por conta do destino ou do acaso, as palavras ecoaram até que eu pudesse entender.
Foi assim, por destino ou por acaso, que o casal do meu conto de fadas resolveu vir me ver e me lembrar de como tudo pode acontecer.
E foi assim, não sei se por destino ou por acaso, que eu vim parar nessa cidade onde tudo começou a acontecer
E assim, meio de repente, meio sem querer, me pus a pensar por mero acaso no destino ou por mero destino no acaso. Vai saber...
Seja destino ou acaso, fato é que a vida surpreende!

sábado, 11 de agosto de 2012

Enquanto dirijo


Foto: Carla Cohen


Enquanto dirijo faço versos, poemas...
Penso na vida, brinco com a vida
Ultrapasso limites,
Quebro barreiras
E a cada partida e chegada
concluo uma fase.
Faço meu víedo game particular.
Crio o meu mundo particular
E pelo retrovisor vejo o mundo lá fora passar.
Controlo o rítmo da vida de acordo com o meu pilotar
Congelo paisagens enquanto outras deixo passar.
As vezes eu ultrapasso a chegada
Outras, sou capaz de recuar.
Sozinha no carro eu posso sonhar, chorar,
VOAR...
Com o ar ligado refresco as idéias.
Com o som ligado canto para os males espantar.
Com o vidro aberto deixo o vento me descabelar.
Perco o rumo, me perco, me acho.
Mas e daí?! O que me faz feliz mesmo é sair por aí...
Às vezes sem rumo, às vezes sem prumo.
Se falta emoção, posso acelerar
E quando ela me basta, é só eu freiar.
E nesse universo particular só entra quem eu convidar!

Camila Góes.
Bsb, 30 de julho de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

Azul...

Foto retirada da internet


Azul...

Azul profundo
Azul da cor do mar
Das águas onde eu quis mergulhar
Mas se as águas estão turvas
Eu ainda posso voltar

Azul infinito
Azul da cor do céu
Do céu em que eu quis voar
Mas se o vento tras tempestade
Eu ainda posso pousar

Azul dos teus olhos
Onde eu quis me perder
Onde eu quis me abrigar
Mas se a sua vista escurece
Eu ainda posso enxergar

Brasília, 30 de julho de 2012


domingo, 29 de julho de 2012

Circo com gosto de infância


Foto: Camila Góes


Quando criança nunca fui a circos, meu pai ou minha mãe (não lembro bem) não gostava. Por um tempo mantive o fascínio pelo desconhecido, sempre pedindo para ir e recebendo sempre os mais doces nãos com diversas justificativas, até que aquilo perdeu o encanto e conseguiram me convencer de que era chato. Até que não foi difícil para mim aceitar, haja visto que aqueles palhaço de festinha de criança sempre me causavam mais medo do que qualquer outra coisa e, raramente, me arrancavam uma risada. A única coisa que continuou a me fascinar eram as mágicas e eu era compensada com caixas e caixas para aprender a fazê-las. Meu irmão, alguns anos mais velhos que eu as fazia para mim e, então, ele se tornou meu grande mágico! Até que surgiu o estraga prazer do Mister M no Fantastático e então, até as mágicas perderam a graça.
Só então na vida adulta, já independente, dona do meu dinheiro e das minhas vontades, voltei a ter vontade de ir ao circo mas não era um circo qualquer e, confesso que estreei em grande estilo, Cirque Du Soleil. E então anos após anos fui a quase todas as apresentações do circo no Brasíl, sempre encanta e fascinada por tamanha beleza e perfeição. Mas convenhamos, esse circo é muito mais que um circo e eu ainda não conhecia um circo de verdade embora conhecesse o melhor de todos.
Então certa vez, passando uns dias em Goiânia, vi que teria uma apresentação de circo e lá fui eu. Não me lembro agora o nome do circo mas era uma atração de fora, embora simples, bem simples, desses com a lona montada sobre o chão de terra e sem grandes luxos. conheci então a simplicidade dos circos, daqueles que eu deveria ter frequentado quando criança e, mais uma vez, me encantei.
Semana passada então, um convite repentino para ir ao circo. Tihany em Brasília! À princípio não me encheu os olhos, eu já conhecia o melhor e também já conhecia a simplicidade mas lá veio o papo de que o Tihany trazia lembranças da infância e, claro, me veio a cusiosidade de saber que lembranças eram essas que eu deveria ter e não tinha. Como a companhia por si só já valia à pena, lá fui eu!
O Tihany fica no meio do caminho, sendo um pouco já mais luxuoso embora nada que chegue aos pés do Cirque Du Soleil. E então, mais uma vez eu me encantei! Ri com o palhaço, me encantei com os malabarismos e, pela primeira vez, assisti a um grande show de mágica. Enfim, exceto pelos números com os bichinhos, que eu sou completamente a fovorde terem sido proibidos por conta dos maus tratos, acho que agora sei o que deveria ter conhecido na infância, agora eu conheço um circo e sua magia. E minha maior alegria, foi estar alí no meio das crianças, acho que pude voltar a infância mesmo não tendo passado por isto ainda nela. E pude me ver alguns anos adiante levando os meus filhos pra conhecer essa magia...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Repensando padrões e conceitos!


Imagem retirada da internet


E sete dias de atestado em repouso quase absoluto me renderam sete dias de insônia, uma vida completamente desorganizada, alguns bons textos escritos, blog atualizado, um livro inteiro lido, um documentário e tanto assistido e refletido, algumas paixões de volta à tona, agumas relações reatadas, algumas certezas ainda mais claras, mais sonhos sonhados, alguns medos a mais, outros a menos porque encarados e muitas reflexões encaminhadas.
Agora cá estou eu, de volta ao trabalho, escrevendo mais uma página em branco, em branco não porque estou deixando meus riscos, meus rabiscos, meus rastros... mas sem produção, sem paixão. Algo está errado! Esses dias parados não deveriam ter sido os de atestado?! Meu corpo estava parado mas minh'alma em profundo movimento, o que me garantiu, no mínimo, crescimento. Já esse dia de trabalho... sem paixão, sem brilho, sem pulsão...
Uma coisa é certa, estou no lugar errado. Um lugar onde não há movimento, um lugar onde não há pulsar, esse não é meu lugar! E começo a repensar... repensar padrões e conceitos! Quem disse que eu tenho que estar "presa" em algum lugar para trabalhar?! Talvez existam outras formas, outors meios para eu produzir. Eu quero sim me prender mas pra mim, numa profissão tem que ser como numa relação, por paixão. Quero ficar presa dentro de um hospital, de um consultório, não entre quatro paredes posando de cartão postal.
Acho que talvez esse atestado tenha sido o ponta pé incial para um outro "estado"...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Belo Monte - Eu não consigo pensar que não tenho nada a ver com isso. E você???




Hoje passei a tarde estarrecida assistindo ao documentário acima. Não porque algo do que tenha sido dito seja novo pra mim, mas sim porque toda vez que ouço falar no assunto ou que paro para pensar sobre, não consigo ter outra reação.
São tantos, tantos, tantos motivos de indignação que por diversas vezes já pensei em escrever sobre o tema e não consigo. Simplesmente porque não sei por onde começar, simplesmente porque não sei o quê, no todo, é mais aviltante.
Eu realmente não sei quem são aquelas pessoas que estão alí em Altamira, são todos rostos desconhecidos pra mim mas não consigo deixar de enxergar e quase sentir a dor que transparece no olhar de cada uma delas. Eu não sei quem são mas sei que são parte do meu passado e eu faria tudo ao meu alcance para preservá-las no meu futuro. Que raio de energia é essa que tanto precisamos à ponto de passarmos por cima da vida das pessoas para conseguí-la? Passar por cima de nossa história. É digno o lucro falar mais alto do que a história de um povo??? O progresso de uns vale, justifica a fome de outros?
Que raio de país é este que não tem dinheiro para saúde e para educação mas tem 30 bilhões para investir numa hidrelétrica que passará 4 meses ao ano parada sem produção? Não tem 30 bilhões para dar dignidade ao seu povo mas tem para destruir a vida de quem já tem tão pouco, para tirar o alimento de quem o consegue pescando, para tirar a moral de quem não teve estudo e não aprendeu a fazer nada na vida além de trabalhar. E ainda vem gente dizer que 4 mil pessoas serão beneficiadas porque vão sair de suas casas de palafitas? Saírão, serão jogadas em algum buraco que chamarão de casa, longe de suas famílias, longe da vida que sabem ter. Alguém perguntou se é isso que elas desejam? Essas pessoas aos 60, 70 anos aprenderam a sobreviver alí, como vão se sustentar em algum lugar que não conhecem sem que saibam fazer nada? Vão viver da esmola do governo? Do governo que nunca deu nada para eles, sequer os enxergou algum dia e hoje ainda quer tirar. É vergonhoso!!!
Falam da violência dos índios que não sabem negociar, da violência dos militantes mas quem enxerga a violência velada contra a vida daquelas famílias? A maior violência que consigo enxergar nesse campo minado que estão criando é o impedimento de um povo inteiro poder manter suas raízes e continuar levando a vida que estão acostumados a levar, a única que lhes foi oferecida até agora. Nenhum índio será vai ser atingido??? Que direitos indígenas estão sendo preservados? Um rio que se tornará seco numa extensão de praticamente 100km, trará prejuízos a fauna, a flora, aos índios e a todos nós! Será que alguém é capaz de desprezar tal dimensão?! Três populações tradicionais indígenas serão impossibilitadas de sobreviver em suas terras. 40 mil empregos durante 2 anos valem tudo isso??? É esse o grande progresso??? E depois desses dois anos? Os 40 mil empregados se tornarão desempregados e teremos apenas um problema a mais.
A FUNASA sequer escuta os índios! O IBAMA que proíbe a caça e a pesca de inúmeras espécies em extinção, libera uma obra que de uma só vez vai exterminar inúmeras espécies. O povo não quer mas o governo não ouve. As empreiteiras lucram, os políticos comemoram e a vida vai se esgotando.
Repito aqui a pergunta que foi feita no filme "como é que um país que comete esse crime pode continuar lá fora sendo defensor do meio ambiente?"
Rio +20 pra gringo ver e destruição ambiental pra quem "precisa" enriquecer! Sinto por não poder fazer mais, sinto por morar num país onde seus governantes não escutam o povo, só posso me envergonhar e não deixarei de gritar para o mundo a vergonha que tenho de meus governantes.
Ao menos se envergonhem, se indignem e gritem, exponham sua indignação para que quem sabe um dia nos ouçam. Assistam ao vídeo para que tirem suas próprias conclusões mas, por favor, não vivam suas vidas como se nada disso lhe dissesse respeito. É o nosso povo,a nossa história, nosso país, nossa floresta e nossa vida!

domingo, 1 de julho de 2012

Unesco declara Rio de Janeiro Patrimônio Mundial!




Que orgulho acordar e ler logo cedinho que a minha cidade se tornou Patrimônio Mundial! Sim, eu sou uma carioca apaixonada, orgulhosa de ter nascido na cidade mais bela do mundo e apesar de todos os seus defeitos, pra mim, ainda o melhor lugar pra se viver. Sou agradecida por muito mais do que a beleza que me foi oferecida todos os dias ao madrugar para me dirigir a faculdade ainda antes que o dia amanhecesse, por muito mais do que a beleza dos entardeceres à beira do mar, sou agradecida pelo jeito carioca de ser. Um jeitinho carioca que só quem mora no Rio pode aprender, algo mesclado, misturado, sem medo de se perder.
No entanto há algo que entristece, o descuido com a cidade, o descaso com a sociedade. Que esse título seja um orgulho à mais mas não apenas, que seja também um motivo à mais para que nós cariocas e não só cariocas mas todos os apaixonados pelo Rio, todos os frequentadores do Rio cuidemos melhor da "nossa" cidade. No Rio há lugar para todos, pobres, ricos, milionários... sempre convivemos lado a lado, favelas e mansões e no meu ponto de vista, isso apenas nos enriquece ainda mais. Quisera eu que não houvesse favelas em lugar algum do mundo, que todos tivessem condições dignas de moradia mas o fato de conviver lado a lado com elas durante a maior parte dos anos da minha vida, só me fez melhor. Não acho digno escondê-las, se elas existem, não acho digno que fiquem segregadas como acontece em tantos locais por aí, à vista de todos não nos deixa esquecer que ainda há muito a fazer.
Que fique claro que o que precisamos é cuidar da cidade, não destruir o que temos, lutar por segurança e condições dignas mas jamais segregar, jamais excluir, jamais fingir que não há ainda muito o que fazer. De resto, enquanto houver favelas, opto por conviver lado a lado com elas, opto por poder aprender com o cotidiano de tais pessoas que não tem lugar melhor pra viver, opto por dividir as calçadas com meninos vendendo balas até que eles possam estar sentados em salas de aulas e não precisem mais estar nas ruas.
Deixo aqui o meu desejo de que o Rio seja muito mais do que modelo de beleza, que seja também modelo de convivência, modelo de tolerância à diversidade e quem sabe um dia, modelo de paz!

sábado, 30 de junho de 2012

Medo, cisos, nervos, sexto sentido e um novo anjo em minha vida.


Imagem retirada da internet


Eu nunca tive nada nos dentes nesses 32 anos de vida. Coisa pela qual agradeço desde sempre haja visto a quantidade de antibióticos que tomo vida à fora, praticamente, desde que nasci. Mas claro, quando apareceu algo não poderia ter sido simples. Quatro cisos incluso, dos quais três muito próximos dos nervos. Traduzindo: risco de parestesia na gengiva, na língua, na boca ou nos três, temporárias ou irreversíveis! rs
Sorte minha ter um sexto sentido fortíssimo que se manifesta das mais diferentes formas. Nunca tive um dentista fixo devido às mudanças de planos dentários e, como os frequentava apenas para limpezas anuais, nunca me importei com isso.
Então, esse ano para limpeza, percebi que muitas pessoas onde trabalho frequentavam a mesma clínica e pedi indicação. Lá fui eu... clínica bonitinha, não adaptada mas deram um jeito para me atender. Pessoas simpáticas, solicitaram radiografias antes de qualquer atendimento para "facilitarem" o atendimento e no dia da limpeza, o dentista me informou que eu deveria arrancar os quatro cisos de uma só vez. Coisa com a qual não concordei mas ele já deixou marcado antes mesmo de iniciar minha limpeza e eu deixei passar certa de que desmarcaria assim que chegasse em casa. Perguntas sobre minha saúde? Meu estado clínico geral? Nenhuma!
Sorte minha mais uma vez, durante a limpeza nos dentes com um dentista bastante simpático e ao que me pareceu, prendado, pois não parava de falar de seus dotes culinários, senti cheiro de tempero nas mãos de suas assistente. Frescura ou não, há pouco cheiros aos quais tenho mais horror e que me embrulham mais o estômago! E na hora de cuspir o bochecho me deparo com uma gota de sangue na cuba. Sim, fora a gota final! Por conta do rim paralisado sou alguém que não posso sequer pensar em ter uma infecção de garganta, imagina se tenho uma infecção ao extrair os cisos por conta de material não esterelizado?! Fora o nojo que me deu só de ver e imaginar o que mais eu poderia não estar vendo...
Arrancar quatro cisos de uma vez, impossível para quem faz uso de ferro contínuo para tentar equilibrar uma anemia constante. Alguém perguntou?! Não!!! Remédios preventivos prescritos para alguma infecção, inflamação, dor?! Também não!!! Claro que saí de lá decidida a não voltar mesmo com tudo já estando marcado contra minha vontade.
No dia seguinte corri para uma indicação tímida de uma clínica onde apenas uma amiga se tratava. A clínica também não é das melhores adaptadaas mas com duas salas no térreo não foi problema me atender. Fui atendida à princípio por uma dentista que, olhando as radiografias, reinterou a necessidade de extrair os quatro cisos mas disse ser impossível fazer o procedimento apenas com as radiografias solicitadas pelo dentista anterior, já que nelas não se via o alcance da raiz dos dentes. Primeiro cuidado, solicitou então uma panorâmica para que todos os riscos e dimensões das extrações pudessem ser avaliados. No retorno então, eu seria já avaliada pelo cirurgião dentista à minha escolha.
Sem nenhuma indicaão então, escolhi pelo nome, o qual já tenho uma simpatia especial, Henrique, e meu sexto sentido mais uma vez funcionou. No dia da consulta, já com medo pelos riscos que corri com o dentista anterior, que parecia ser melhor pilotando fogão do que cuidando de dentes, me deparei com alguém que de cara me tranquilizou, com sua voz tranquila, seu olhar carinho e seu plácido semblante. Me fez lembrar meu anjo Sidney! De cara, o medo se foi e a consulta que deveria durar 15 minutos durou quase uma hora. Ele sim, fez uma anamnése perfeita e perguntou todo meu histórico clínico, desde o porque eu me encontro numa cadeira. Passando pela anemia, me disse de cara o que até eu já sabia, impossível retirar os quatro de uma só vez pela quantidade de sangue que se perde. Passando pelo rim paralisado, indicou o remédio que faria menos mal ao que tenho preservado. E enfim, me explicou todos os riiscos de complicações que eu correria nas extrações ou escolhendo não extrair, com suas respectivas porcentagens, deixando a escolha em minhas mãos mas me tranquilizando em relação a qualquer uma delas. Nesse momento entrava mais um anjo em minha vida. Me passou seu número pessoal para que eu pudesse tirar qualquer dúvida a qualquer momento e me deixou ir completamente segura de que fosse qual fosse minha escolha, ele estaria ao meu lado fazendo de tudo para que o pior não acontecesse.
Saí da consulta tensa mas acolhida, totalmente confiante naquele homem que até minutos atrás era um completo desconhecido, ainda assim, morrendo de medo. Exatamente como aconteceu no meu primeiro contato com o Dr. Sidney! Eu já conhecia esse rumo.
O medo, além do terror que todos fazem em relação a dor de arrancar um ciso, estava ligado muito mais ao risco das parestesias. Eu que por tantos anos não senti tantas partes do meu corpo estava aterrorizada com o risco de deixar de sentir tantas outras, de perder sensações que eu já conhecia. Mas do jeito que sou em tudo, se o risco só aumenta com o tempo, minha escolha é sempre de corrê-lo logo, ainda mais quando encontro a pessoa certa para estar ao meu lado.
E, dito e feito. Claro, não foi fácil, marquei e desmarquei algumas vezes as extrações sempre com as mais variadas desculpas inconscientes. Mas 5ª feira passada lá estava eu, traquila e brincando por fora, com "tudo sob controle", que já é uma frase minha, e morrendo de medo por dentro. Claro, o controle se foi assim que me deitei na cadeira, me cobriram e começaram as anestesias. Eu tremia tanto ao ponto de o dentista perguntar repetidas vezes se estava tudo bem e se ele podia continuar. eu que nunca tinha feito nada nos dentes não conseguia ter a dimensão do que estava acontecendo por mais que ele tivesse explicado cada passo calmamente antes de começar. A sensação que eu tinha cada vez que ele empurrava meu dente é de que estava destruindo todos os outros também. Mas eu tinha um anjo ao meu lado, um anjo chamado Henrique que conversava comigo e que me explicava tudo o que acontecia ao invés de falar de comida, que me acalmava e prestava atenção a todos os meus sinais, incluindo a tremedeira ou meus olhos mais ou menos cerrados.
Na segunda extração, a inferior, mais complicada, ele me pediu que abrisse os olhos e olhasse para ele. Foi a melhor coisa que fiz, fitando seus olhos firmes e doces ele me passou muito mais tranquilidade do que com qualquer palavra. Parei de tremer, estava avistando meu anjo. Dessa vez senti dor, pouca mas senti. toda vez que começava ele pacientemente parava e me anestesiava mais e mais. Enfim, tudo certo nas duas primeiras extrações, quanto as sequelas, só com o tempo saberemos mas algo me diz que nada ficou.
E os cuidados continuaram... clínica não adaptada, radiografia no subsolo, ele com muitos cuidados e pedidos desceu comigo nos braços e bonito, doce, gentil, cuidadoso... quase me apaixono! Mentira meninas, só uma brincadeira à parte! rs. Me senti realmente nos braços de um anjo. E depois uma conversa bem tranquila para explicar os procedimentos e cuidados.
O pior pra mim começou então bem depois da extração. A dor insuportável até hoje não chegou, por vezes sinto uma dorzinha de leve mas é raro. Não poder comer direito me estressa, os remédios durante a madrugada não me deixam dormir (hoje às 4:00am estava acordada ainda, desde que tomei o primeiro remédio 1:00am), o estômago dói de tanto remédio, 3 a mais além dos 3 constantes na minha vida e o pior, o repouso absoluto. Sim, absoluto, porque para uma cadeirante se movimentar o esforço é muito maior do que para qualquer andante, além do peso inteiro do corpo carregamos também o peso da cadeira. Para passar da cama para a cadeira, nem se fala e assim por diante. Passei a ser muito cuidadosa com isso depois que destruí uma cirurgia e quase morri por isso pelo simples fato de passar da minha cadeira para o carro. Foi um aprendizado inocente pelo qual eu daria tudo para que alguém tivesse me alertado antes e eu não precisasse aprender na prática. Tudo isso me irrita muito mas acima de tudo agradeço todos os dias por não ter passado pela dor insuportável para qual todos me prepararam. Como diz minha mãe, talvez por já ter passado por tantas piores essa não me incomode tanto. fato é, que estarei mais confiante para retirada dos outros dois em agosto!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Cadeira nova, vida nova!


Imagem retirada da internet


Mais um passo dado rumo a conquista da minha tão sonhada liberdade total. Finalmente esse ano na REATECH comprei minha Panthera X, para quem não sabe, a melhor e mais leve cadeira de rodas no mercado atualmente. Toda em fibra de carbono e titanium é a mais leve do mundo, pesando montada 4.2kg e sem as rodas, 2.1kg.

Minha cadeira foi feita sob medida e me foi entregue em tempo recorde, menos de 1 mês sendo que eles tinham 3 meses para me entregar o produto. Mérito suéco, porque ela foi toda fabricada lá. No entanto, nada no mundo é perfeito, nem mesmo a mellhor cadeira do mundo. Ela também tem suas limitações. O pedal dela foi levantado ao máximo e ainda assim não alcança meus pés, isso me faz perder estabilidade para frente. As coisas caem do meu colo, eu caio para frente. A diferença no pedal ocorreu por erro das medidas tiradas no local e a estrutura dela não pode ser modificada. Não sei o que poderá ser feito mas paguei a cadeira mais cara do mundo e, se o erro foi deles, não vou aceitar ficar com uma cadeira que me prejudique. Há duas semanas fiz a reclamação, vieram prontamente da fábrica representante em Goiânia, reitirar uma peça para verificar o que poderia ser feito e, até agora, nada. Embora me entristeça dizer, desmérito brasileiro.

Espero que seja apenas um parentese na caminhada rumo ao meu sonho.

Estou no auge da minha fase de adaptação, ainda há menos de um mês com a minha cadeira nova. Um tombo logo no segundo dia foi inevitável, caí para frente porque as rodinhas muito menores do que as da anterior ficaram presas numa grade. Por sorte fui rápida, pus as mãos na frente e não machuquei o rosto. A 1ª semana inteira vivi a base de Tandrilax para as dores na coluna e de cabeça porque o encosto é muito mais baixo do que o da outra e ela muito mais leve, o que me deixava muito insegura de encostar e forçava demais a minha coluna. Os machucados são contínuos nas mãos e nos pés, prendo os pés na rodinha da frente e machuco as mãos quase que diarimante entre as rodas grandes e os protetores de roupa. Tive que reaprender a passar para cama, para o banho, para o carro... e tudo isso é muuuito estressante.

Trocar uma cadeira de rodas, não é trocar um carro... é ter que reaprender a fazer tudo, é se sentir insegura, é se arriscar a cair, é sentir dor, é se machucar repetidamente... e isso é muito frustrante. Por mais que eu saiba os benefícios que ela vai me trazer quando eu estiver completamente adaptada, por mais que eu agradeça por ela ser mais um dos meus sonhos realizados, é um período difícil. Aos 32 anos já troquei de cadeira algumas vezes... imagine se você, de tempos em tempos tivesse que reaprender a fazer as coisas banais do seu dia a dia.

Ainda assim, dias atrás, consegui realizar o que sonhei. Desastradamente, guardei sozinha minha cadeira no meu carro. Isso me rendeu dias de dores na coluna mas concretizei o que apenas sonhava que ela me possibilitaria. E tudo, tudo que descrevi acima se tornou pequeno perto de tal realização. É claro que ainda será necessário inúmeras sessões de fisioterapia para que eu possa ganhar força e equilíbrio na coluna para conseguir guardá-la sem me destruir ainda mais mas agora sei que é possível. Eu me realizei, breve poderei ir e vir a qualquer lugar com meu carro sem depender da ajuda de qualquer pessoa para guardar ou tirar minha cadeira, isso não tem preço. Não tem dinheiro que pague.

Eu estou pagando e, pagando caro pela realização de um sonho, um sonho chamado liberdade, liberdade de ir e vir e eta não deveria ter preço, é um direito de qualquer cidadão. Felizmente eu posso pagar mas infelizmente faço parte de uma minoria. O que quero mostrar é que uma cadeira dessas não é luxo e sim, qualidade de vida. É injusto o valor dos impostos pagos pela importação de um produto desse tipo, restringindo ainda mais, deste modo, o que deveria ser um direito de todos os cidadãos, a liberdade de ir e vir. Para um cadeirante poder levantar sua cadeira de rodas não é um luxo, é algo que faz toda a diferença para sua independência já tão difícil de ser conquistada. Com ou sem imposto, a cadeira é cara e vale seu preço pelo material de primeira linha utilizado, pela durabilidade... isso, por si só, já a torna para poucos mas é vergonhoso que o governo ainda queira lucrar e, tanto, em cima dela a tornando inviável para um número ainda maior de pessoas por conta de seus impostos que vão para lugar algum.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A vergonhosa saúde do Brasil




Semana passada minha hematologista, dessas super renomadas, que vivem de pesquisa e por isso não atendem em consultório, apenas hospitais públicos, me informonou que não poderia mais me atender onde de costume, transferindo meu atendimento para um hospital público no Gama (cidade satélite do DF). Então, 4ª feira, depois do almoço, peço liberação no trabalho para a consulta e sigo rumo ao Hospital regional do Gama. Claro que me perco, como qualquer pessoa não nascida no DF, para quem os endereços aqui e as sinalizações parecem pistas para serem desvendadas por um detetive. No meio da longa viagem entre Brasília e Gama, minha cabeça começa a arder insuportávelmente. Chego ao hospital já no que seria metade do horário de expediente do meu segundo turno. Depois então de ultrapassar um guardinha mal humorado, algumas salas fechadas na hematologia, encontro um rapaz simpático que se prontifica a achar alguém que possa me informar como faço para falar com a médica. Ele chega entõ acompanhado de um outro rapaz que me traz a "feliz" notícia de que a médica não foi trabalhar. Peço então, gentilmente, que ele me forneça um atestado de comparecimento da minha ída inútil para que eu possa apresentar no trabalho. "Não há nenhum outro médico presente no serviço de hematologia para fornecer o atestado e no caso do atestado ser de comparecimento, não há nenhum funcionário capacitado a fornecer o atestado. Se a senhora quiser, pode tentar a emergência." Não achei má idéia, visto que minha cabeça não parava de queimar e eu tinha certeza de que minha pressão arterial estava para explodir. Depois de ter que explicar inúmeras vezes para outro guardinha o que se passava até que ele me iberasse a entrada na emergência, um determinado funcionário me autorizou a passar a frente dos demais pacientes, para assim que saísse qualquer pessoa de um dos consultórios e eu avistasse um médico entrasse para pedir meu atestado. Ao olhar ao meu redor e ver aquelas inúmeras pessoas, deitadas em macas aos cuidados do acaso no corredor, outras se escorando nas paredes aguardando atendimento, algumas sentadas nos bancos segurando seu próprio soro, muitas gemendo de dor e todas com o sofrimento estampado na face, me recusei a adiar ainda mais, por um minuto que fosse, o sofrimento de qualquer uma delas. Dei meia volta e me retirei. Que idéia a minha solicitar um atestado num hospital público... se nem médico tem, será que haveria papel?! Mas me diz... como faço para comprovar onde trabalho que estava num hospital?! Já havia se ído quase a tarde inteira de trabalho.
Com a cabeça da forma que estava, impossível voltar paraa o trabalho ou sequer para casa. Voltei para Brasília, rumo ao Santa Helena, um dos mais ricos hospitais particulares da capital do país. Chegando lá, o hospital também amontoado de gente embora, sem nem comparação com o Regional de Taguatinga. Fui direto para o que agora chama "acolhimento", a atendente perguntou meus sintomas, mediu minha pressão e lá estava a causa, pressão arterial 17/10. Encheu meu braço de pulseirinhas e me mandou para o atendimento cardiológico. Lá fui eu, com meus pais, para um corredor reservado repleto de televisões de plasma, esperar num banquinho onde não havia mais ninguém em frente ao consultório cardiológico o atendimento emergencial. 1h40 se passaram, com a minha pressão a 17/10 até que eu recebesse o atendimento emergencial. Em 1h40 a minha pressão poderia ter aumentado, eu poderia ter feito um AVC, um aneurisma ou qualquer coisa do tipo mas nada aconteceu. Fui atendida por um médico muito simpático que se assustou com a minha pressão, me encaminhou para ser medicada e lá dentro ainda esperei outros tantos minutos até ser atendida, enquanto as enfermeiras caminhavam de um lado para o outro. Então chegou a hora de medicar a enfermeira sequer tinha competência para pulsionar minha veia. Esse foi o atendimento recebido no que é considerado um dos melhores hospitais de Brasília!
Enquanto aguardava o atendimento uma mulher que já se encontrava lá quando eu cheguei, passando mal com uma criança que tinha entre 2 e 3 anos no colo, gritava quase que implorando atendimento antes que caísse com seu filho nos braços. Todos os pacientes que se encontravam na recepção à espera de atendimento para seus problemas, pediam juntos que ela fosse atendida a frente antes que acontecesse algo pior mas nenhum funcionário se dirigiu à ela até que ela começasse a berrar e bater nos balcões de atendimento.
Outra paciente que se aproximou de mim enquanto eu aguardava o atendimento cardiológico contou que se encontrava no hospital desde às 14:00 hrs, já eram 21:00hrs e ela ainda não havia sido liberada pois aguardava que o cardiologista voltasse a vê-la após os exames terem sido feitos.
É isso que chama se de emergêcia?! É pra isso que gastamos fortunas com planos de saúde???
O hospital é riquíssimo, acabou de passar por uma reforma e está lindo! Chão de mármore, televisores de plasma espalhados por todo canto, fachadas de vidro... mas cadê o atendimento que preste???
Conversando sobre o assunto via Twitter com uma de minhas seguidoras @leilanereb (que eu sigo também), ela disse "sucatearam a rede pública e superlotaram a rede privada." Discordo completamente, apesar de respeitar muito, sempre, seus pontos de vista. Pra mim são públicos completamente distintos os da rede pública e rede privada. sucatearam sim a rede pública mas o público de lá, infelizmente, não está lá por opção, eles não tem condições de chegarem a hospitais como o "tal" Santa Helena. O problema da rede privada é a falta de respeito com os profissionais que reflete na falta respeito no atendimento ao paciente. Ao longo da minha hora e quarenta de espera pelo atendimento, apareceram mais 3 pessoas ao todo, incluindo a paciente que retornava com o resultado dos exames, para serem atendidas pelo cardiologista. Ou seja, isso não é uma questão de superlotamento. Foi puro descaso a questão da demora.
E a senhora que passava mal com a criança no colo?! Se não tinha ninguém para atendê-la durante horas como com seus gritos apareceu??? Mágica???
Por quê ao invés de gastar rios de dinheiro com uma obra milionária para transformar o hospital quase num ponto turístico, não se gasta um pouco mais para contratar mais médicos com salários decentes, mais enfermeiras qualificadas, mais atendentes para os guichês? Porque a população não tem opção e seja qual for a qualidade do atendimento oferecido por eles, estaremos lá enriquecendo cada vez mais os donos dos hospitais particulares. E assim, tudo vira uma bola de neve...

domingo, 3 de junho de 2012

Não gosto de sofrer em pausas


Imagem retirada da internet


- Posso ser eu a matar essa saudade?
- Só pode ser você.
É por você que meu pensamento clama.
Mas prefiro que não!
Não venhas.
Não gosto de sofrer em pausas.
Não quero iniciar a 3ª estrofe de um poema que não sei como terminar.

A distância entre um verso e outro se faz escura.
Se faz profunda.
A pausa se torna maior do que o enlace.
O poema é escrito quase em encaixes.
E nossos versos tortos ficam quase mortos.

Não, eu não gosto de sofrer em pausas.
Eu só gosto das pausas belas.
Por isso não me faça sofrer em pausas!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Ninguém aguenta mais ouvir falar da Xuxa mas...




Ok! Ok! Ok! Ninguém aguenta mais ouvir falar da Xuxa e sua entrevista "bombástica" no Fantástico... nem eu mas alguns comentários estão me chocando e deles eu preciso falar!!!
Gente, Xuxa é Xuxa e gostem dela ou não, ela não precisa fazer naaada para aparecer, basta ela existir, aliás, bastou ela existir algum tempo atrás porque, agora, ainda que ela desapareça, ela vai continuar sendo lembrada, reverenciada e criticada pela eternidade.
O Fantástico prestando serviço às pessoas que sofreram abuso durante a infância?! Claro que não!!! Como ele também não presta serviço aos doentes com o Dr. Dráuzio Varella todos os domingos na telinha; como também não presta serviço aos dependentes com suas matérias sobre dependência química e aí por diante... o Fantástico só presta serviço aos dirigentes da Globo e sempre foi assim, sempre será assim. Por que apedrejar a Xuxa entre mil???
Ok, a vozinha dela de 5 anos aos quase 50 também me irrita profundamente. O rizinho infantilizado idem. O Ilariê fora de hora foi péssimo!  Agora, rir e debochar da história de abuso que ela sofreu na infância... péra lá, ela é Xuxa mas ela é humana e foi uma criança como todos nós fomos e como nossos filhos serão ou já são. Esse tipo de coisa eu acho desumano, acho o cúmulo da falta de sensibilidade. Todo mundo tem na sua história algum momento sofrido demais, doído demais... acho que todo mundo deve saber o quanto é difícil se expor. Eu sei, eu tenho vários trechos marcantes demais na minha história para serem expostos e tenho uma dificuldade enorme de colocar pra fora mas, muitas vezes, já me foi pedido que o fizesse para ajudar a outrem. E muitas vezes o fiz, só eu sei a que custo. Não acho que nenhuma das vezes eu estava querendo aparecer; se eu quisesse, jamais seria por tal caminho, jamais seria expondo os piores momentos do meu percurso. Acho também que jamais alguém pensou assim sobre mim, afinal, não sou a Xuxa.
O Fantástico não estava prestando serviço à ninguém, estava buscando IBOPE como sempre faz. A Xuxa, talvez... Quando a gente vive um momento difícil e vê alguém passando pelo mesmo, o que sentimos pelo outro é completamente diferente do que sentimos quando somos apenas expectadores sem a experiência da vivência semelhante. No entanto, cada um tem seu ponto de vista, eu só acho indigno zombar do depoimento de uma vivência tão doída. Ela se expôs como poucos tem coragem e que, cada um tire o melhor proveito e os que não tiverem proveito pra tirar, o melhor que fazem é apenas respeitar!

domingo, 20 de maio de 2012

E não é que anjo faz aniversário?!


Imagem retirada da internet


Hoje é aniversário do homem que me fez renascer, como costumo dizer, meu Dr. Sidney!!! Esse homem caiu de pára-quedas na minha vida, simplesmente para me fazer renascer.
Num dos dias mais difíceis da minha vida, o dia em que saí do Rio de Janeiro, de mudança pra Brasília, muuuito contrariada, deixando sonhos, amigos, conquistas e uma vida inteira para trás, eu saí do avião passando mal e antes mesmo de passar em casa me dirigi para o consultório, deste, até então desconhecido que me esperava pós expediente, para que eu ouvisse uma segunda opnião à respeito de uma cirurgia que até então eu me negava a fazer. Chegando lá, ao apertar as mãos daquele homem e olhar seu rosto, o primeiro milagre aconteceu, eu que havia feito a pior viagem da minha vida com a cabeça explodindo e vomitando durante todo o percurso, fiquei bem, como se nada tivesse acontecido. Então me pus a sua frente, incrédula de que ele conseguiria mudar minha decisão, para ouví-lo. Ele falou por muito tempo sem que eu me manifestasse, até que, no momento da despedida, já conhecendo o motivo da minha lesão, ele me fez uma pergunta que jamais alguém havia me feito, nem mesmo eu: "Qual a sua relação com os médicos, você confia neles?" Eu ri irônicamente e murmurei um "mais ou menos". Somente de lá pra cá me dei conta de que eu não confio em médicos!
E nesse dia entrou na minha vida, alguém que veio ao mundo entre muitas coisas para mudar minha história! São 5 anos com um histórico de 8 cirurgias, de um sonho meu realizado por ele, de muitas noites em que ele ficou ao meu lado de mãos dadas até o meu adormecer, de muitas noites em que eu tirei o sono dele, de muitas brigas incofessáveis (dessas que a gente só tem com quem sabe que não vai perder), de muitas coisas ditas e de mmuitas mudanças na minha vida.
Desse homem, ouvi, coisas do tipo:
"Se você não sair da sua casa agora e for pro hospital se encontrar comigo, eu vou largar todos os meus pacientes no consultório e vou pra sua casa agora te buscar pra levar pessoalmente para o hospital. O que você prefere?" E ao chegar ao hospital que é praticamente ao lado da minha casa ele já estava em pé do lado de fora me aguardando no frio.
Depois da 7ª cirurgia, quando ainda faltava a 8ª ouvi em alto e bom som "Eu não tenho condições emocionais de te operar porque eu criei um vínculo muito forte com você mas eu vou entrar na cirurgia e ficar o tempo todo com você". E assim foi!
E entre tantas e tantas e tantas outrs pérolas, recentemente enquanto inúmeros médicos me mandavam retirar o meu rim e depois dele me dizer milhões de vezes que era contra, aos berros, no consultório dele, ele me disse: "Camila, esses médicos não tem com vocÊ o vínculo que eu tenho. Eu não tenho motivo pra não te operar, eu vou te abrir, ganhar meu dinheiro, vou pra casa dormir e você é quem vai ficar sofrendo. Pelo amor de Deus, entende que eu só estou pensando no que é melhor pra você. Eu te conheço, eu já te vi sofrendo, eu já te obriguei a passar por tudo de ruim porque era necessário, agora não é. Quando for, eu vou estar do seu lado como todas as vezes e sou eu quem vai estar com você!"
Depois desse dia, ainda em face ao meu desespero de perdê-lo, ele me prometeu só morrer no mesmo dia que eu. rs
E eu, bom, eu continuo sem acreditar em médicos porque pra mim ele não é um médico, é um anjo que caiu na Terra pra me acompanhar. E ainda que anjos possam fazer aniversário, peço à Deus que eles não envelheçam nem morram jamais!

Feliz aniversário Dr. Sidney e obrigada por existir na minha vida.

domingo, 13 de maio de 2012

Aaaiii... que vontade de ser mãe!!!


Foto retirada da internet


Durante muito tempo essa idéia nem passou pela minha cabeça e quando me perguntavam se eu queria ter filhos, respondia sem pestanejar que em hipótese alguma. Se não sabia cuidar nem de mim, como pensaria em cuidar de outra pessoa?! Hoje ainda, por vezes, acho que não sei cuidar de mim e desejo silenciosamente alguém que possa me tomar nos braços nesses momentos porque acho que não cabe mais aos meus pais esse papel. O que mudou foi apenas meu desejo que nasceu, cresceu e hoje supera meus medos e insegurança. Ainda sinto medo de falhar mas será que alguma mãe algum dia foi onipotente a ponto de não sentir medo de errar? Sei que vou errar, que vou falhar mas hoje sei que mesmo nesses momentos estarei dando o melhor de mim e tentando desesperadamente acertar. Hoje, mais do que casar, me apaixonar, ou qualquer coisa que eu possa desejar, o que mais desejo é ter um filho nos braços para cuidar. Aaaiii... que vontade de ser mãe!!! :)

Hoje admiro e parabenizo à todas as mães pela entrega a arte de amar e se doar. Feliz dia das mães!!!

Ainda sem ter gerado um filho, já me sinto mãe, minha sobrinha de sangue, quem conhece sabe que, Ana Clara é minha filha de coração. Aqui segue um Feliz Dia das Mães especial e um muito obrigada a Griselda Albuquerque por ter gerado essa pequena que é minha filhota de coração. Um feliz Dia das Mães também muito especial a Silvana Moratto por ter trazido ao mundo meu amado Paulo Henrique, sobrinho mas espécie de filho por quem também daria minha vida se preciso fosse. Uma das pessoinhas mais amadas por mim nesse mundo. E Sil, pra mim, um exemplo de mãe em quem me espelho para quando chegar minha vez. Feliz Dia das Mães com um carinho especial também às mães de todos os meus demais sobrinhos imensamente amados por mim. Agradeço à todas vocês pelos presentes que são eles em minha vida.

Feliz dia Das Mães às que me "adotaram" como filha desde pequena e me deram todo esse carinho sem limites. Minha amada professora de infância que sempre foi muito mais do que isso, tia Marta Povoleri; Tia Alzira Hart, mãe da minha melhor amiga de infância e hoje irmã e comadre, que também sempre transbordou amor e paparicos comigo e; em homenagem póstuma, ela que já surgiu na minha pré adolescência e talvez, sem muitas palavras mas saindo da cama tantas madrugadas para me buscar nos mais diversos lugares, com ou sem sua própria filha, me acolhendo sempre nos momentos mais difíceis, brigando, gritando e esperniando se fez uma mãe e tanto e será para sempre uma falta irreparável, minha amadíssima tia Izaura mãe de uma das minhas melhores amigas até hoje, sem dúvidas.

Ainda na lista especial, Feliz Dia das Mães às minhas amigas que trouxeram ao mundo crianças mais que especiais na minha vida que eu amo muito mais do que como simples filhos de amigas. Feliz Dia das Mães e obrigada à Mari Hart pelos meus 3 sobrinhos amados, sendo 1 afilhado, Stella, Pedro e Leo com quem aprendo sempre; à Paula Nogueira pelo pontinho de luz que é o João Henrique; à Mariana Firmo pelo meu príncipe Enzo e pela delícia que é o Thiti e à Betty Rouvier pela minha princesinha Dudinha.

Feliz Dia das Mães  super especial à Rosamaria Murtinho à quem admiro e me tornei eternamente fã não só pelo seu trabalho mas por ter trazido ao mundo e ter criado uma das pessoas mais especiais da minha vida João Paulo Mendonça.

E, enfim, o Feliz Dia das Mães mais especial de hoje que vai para a minha mãe, claro!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A vida é muito louca mesmo...


Imagem retirada da internet


A vida é muito louca mesmo... eu que pensei que ía dormir triste e frustrada como uma criança que espera a noite inteira pelo bom velhinho que não chega com o seu presente, vou dormir com um sorriso nos lábios. Minha "mega" cadeira tão esperada que chegou da Suécia e saiu de Goiânia hoje à tarde rumo à Brasília para me encontrar não chegou (e eu nem sei porquê) mas poucas palavras me fizeram muito mais feliz do que a tão esperada entrega. Apenas a promessa de mais um sonho tão sonhado a se realizar...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Os vingadores

Imagem retirada da internet
Um filme que muito provavelmente eu não assistiria se não fosse meu irmão fazer um mega evento num cinema de Goiânia para lançar o tema para festas infantis "Os vingadores". Lá fui eu então, me despenquei de Brasília para Goiânia, pouco me importando com os filmes mas animadíssima para o evento e para passar um final de semana em família, com pais, irmão, cunhada e sobrinhos. No entanto, para minha surpresa, fiquei vidrada no filme do início ao fim. Torcendo como uma crinça pelos meus super-heróis e vibrando a cada ato, além de, é claro, apaixonada e babando por cada um deles à paisana. Que homens! rs
Enfim, A-D-O-R-E-I o filme! Super recomendo para crianças, pais, mães e todas as faixas etárias.

Sinopse:
Loki (meio-irmão de Thor) unido a uma raça alienígena volta a Terra para roubar o cubo mágico e dominar os humanos, com a promessa de se tornar soberano no planeta. Tendo o cubo roubado, Nick Fury, diretor da agência internacional da paz, recruta Os Vingadores (Tony Stark - O Homem de Ferro; Steve Rogers - Capitão América, Thor e Bruce Banner - Hulk) para recuperarem o cubo e restaurarem a paz no planeta. Mas o não é nada fácil a tarefa de fazer com que os 4 super-heróis se unam nessa missão.
O filme reúne muita ação, ficção, aventura e diversão.