sábado, 30 de junho de 2012

Medo, cisos, nervos, sexto sentido e um novo anjo em minha vida.


Imagem retirada da internet


Eu nunca tive nada nos dentes nesses 32 anos de vida. Coisa pela qual agradeço desde sempre haja visto a quantidade de antibióticos que tomo vida à fora, praticamente, desde que nasci. Mas claro, quando apareceu algo não poderia ter sido simples. Quatro cisos incluso, dos quais três muito próximos dos nervos. Traduzindo: risco de parestesia na gengiva, na língua, na boca ou nos três, temporárias ou irreversíveis! rs
Sorte minha ter um sexto sentido fortíssimo que se manifesta das mais diferentes formas. Nunca tive um dentista fixo devido às mudanças de planos dentários e, como os frequentava apenas para limpezas anuais, nunca me importei com isso.
Então, esse ano para limpeza, percebi que muitas pessoas onde trabalho frequentavam a mesma clínica e pedi indicação. Lá fui eu... clínica bonitinha, não adaptada mas deram um jeito para me atender. Pessoas simpáticas, solicitaram radiografias antes de qualquer atendimento para "facilitarem" o atendimento e no dia da limpeza, o dentista me informou que eu deveria arrancar os quatro cisos de uma só vez. Coisa com a qual não concordei mas ele já deixou marcado antes mesmo de iniciar minha limpeza e eu deixei passar certa de que desmarcaria assim que chegasse em casa. Perguntas sobre minha saúde? Meu estado clínico geral? Nenhuma!
Sorte minha mais uma vez, durante a limpeza nos dentes com um dentista bastante simpático e ao que me pareceu, prendado, pois não parava de falar de seus dotes culinários, senti cheiro de tempero nas mãos de suas assistente. Frescura ou não, há pouco cheiros aos quais tenho mais horror e que me embrulham mais o estômago! E na hora de cuspir o bochecho me deparo com uma gota de sangue na cuba. Sim, fora a gota final! Por conta do rim paralisado sou alguém que não posso sequer pensar em ter uma infecção de garganta, imagina se tenho uma infecção ao extrair os cisos por conta de material não esterelizado?! Fora o nojo que me deu só de ver e imaginar o que mais eu poderia não estar vendo...
Arrancar quatro cisos de uma vez, impossível para quem faz uso de ferro contínuo para tentar equilibrar uma anemia constante. Alguém perguntou?! Não!!! Remédios preventivos prescritos para alguma infecção, inflamação, dor?! Também não!!! Claro que saí de lá decidida a não voltar mesmo com tudo já estando marcado contra minha vontade.
No dia seguinte corri para uma indicação tímida de uma clínica onde apenas uma amiga se tratava. A clínica também não é das melhores adaptadaas mas com duas salas no térreo não foi problema me atender. Fui atendida à princípio por uma dentista que, olhando as radiografias, reinterou a necessidade de extrair os quatro cisos mas disse ser impossível fazer o procedimento apenas com as radiografias solicitadas pelo dentista anterior, já que nelas não se via o alcance da raiz dos dentes. Primeiro cuidado, solicitou então uma panorâmica para que todos os riscos e dimensões das extrações pudessem ser avaliados. No retorno então, eu seria já avaliada pelo cirurgião dentista à minha escolha.
Sem nenhuma indicaão então, escolhi pelo nome, o qual já tenho uma simpatia especial, Henrique, e meu sexto sentido mais uma vez funcionou. No dia da consulta, já com medo pelos riscos que corri com o dentista anterior, que parecia ser melhor pilotando fogão do que cuidando de dentes, me deparei com alguém que de cara me tranquilizou, com sua voz tranquila, seu olhar carinho e seu plácido semblante. Me fez lembrar meu anjo Sidney! De cara, o medo se foi e a consulta que deveria durar 15 minutos durou quase uma hora. Ele sim, fez uma anamnése perfeita e perguntou todo meu histórico clínico, desde o porque eu me encontro numa cadeira. Passando pela anemia, me disse de cara o que até eu já sabia, impossível retirar os quatro de uma só vez pela quantidade de sangue que se perde. Passando pelo rim paralisado, indicou o remédio que faria menos mal ao que tenho preservado. E enfim, me explicou todos os riiscos de complicações que eu correria nas extrações ou escolhendo não extrair, com suas respectivas porcentagens, deixando a escolha em minhas mãos mas me tranquilizando em relação a qualquer uma delas. Nesse momento entrava mais um anjo em minha vida. Me passou seu número pessoal para que eu pudesse tirar qualquer dúvida a qualquer momento e me deixou ir completamente segura de que fosse qual fosse minha escolha, ele estaria ao meu lado fazendo de tudo para que o pior não acontecesse.
Saí da consulta tensa mas acolhida, totalmente confiante naquele homem que até minutos atrás era um completo desconhecido, ainda assim, morrendo de medo. Exatamente como aconteceu no meu primeiro contato com o Dr. Sidney! Eu já conhecia esse rumo.
O medo, além do terror que todos fazem em relação a dor de arrancar um ciso, estava ligado muito mais ao risco das parestesias. Eu que por tantos anos não senti tantas partes do meu corpo estava aterrorizada com o risco de deixar de sentir tantas outras, de perder sensações que eu já conhecia. Mas do jeito que sou em tudo, se o risco só aumenta com o tempo, minha escolha é sempre de corrê-lo logo, ainda mais quando encontro a pessoa certa para estar ao meu lado.
E, dito e feito. Claro, não foi fácil, marquei e desmarquei algumas vezes as extrações sempre com as mais variadas desculpas inconscientes. Mas 5ª feira passada lá estava eu, traquila e brincando por fora, com "tudo sob controle", que já é uma frase minha, e morrendo de medo por dentro. Claro, o controle se foi assim que me deitei na cadeira, me cobriram e começaram as anestesias. Eu tremia tanto ao ponto de o dentista perguntar repetidas vezes se estava tudo bem e se ele podia continuar. eu que nunca tinha feito nada nos dentes não conseguia ter a dimensão do que estava acontecendo por mais que ele tivesse explicado cada passo calmamente antes de começar. A sensação que eu tinha cada vez que ele empurrava meu dente é de que estava destruindo todos os outros também. Mas eu tinha um anjo ao meu lado, um anjo chamado Henrique que conversava comigo e que me explicava tudo o que acontecia ao invés de falar de comida, que me acalmava e prestava atenção a todos os meus sinais, incluindo a tremedeira ou meus olhos mais ou menos cerrados.
Na segunda extração, a inferior, mais complicada, ele me pediu que abrisse os olhos e olhasse para ele. Foi a melhor coisa que fiz, fitando seus olhos firmes e doces ele me passou muito mais tranquilidade do que com qualquer palavra. Parei de tremer, estava avistando meu anjo. Dessa vez senti dor, pouca mas senti. toda vez que começava ele pacientemente parava e me anestesiava mais e mais. Enfim, tudo certo nas duas primeiras extrações, quanto as sequelas, só com o tempo saberemos mas algo me diz que nada ficou.
E os cuidados continuaram... clínica não adaptada, radiografia no subsolo, ele com muitos cuidados e pedidos desceu comigo nos braços e bonito, doce, gentil, cuidadoso... quase me apaixono! Mentira meninas, só uma brincadeira à parte! rs. Me senti realmente nos braços de um anjo. E depois uma conversa bem tranquila para explicar os procedimentos e cuidados.
O pior pra mim começou então bem depois da extração. A dor insuportável até hoje não chegou, por vezes sinto uma dorzinha de leve mas é raro. Não poder comer direito me estressa, os remédios durante a madrugada não me deixam dormir (hoje às 4:00am estava acordada ainda, desde que tomei o primeiro remédio 1:00am), o estômago dói de tanto remédio, 3 a mais além dos 3 constantes na minha vida e o pior, o repouso absoluto. Sim, absoluto, porque para uma cadeirante se movimentar o esforço é muito maior do que para qualquer andante, além do peso inteiro do corpo carregamos também o peso da cadeira. Para passar da cama para a cadeira, nem se fala e assim por diante. Passei a ser muito cuidadosa com isso depois que destruí uma cirurgia e quase morri por isso pelo simples fato de passar da minha cadeira para o carro. Foi um aprendizado inocente pelo qual eu daria tudo para que alguém tivesse me alertado antes e eu não precisasse aprender na prática. Tudo isso me irrita muito mas acima de tudo agradeço todos os dias por não ter passado pela dor insuportável para qual todos me prepararam. Como diz minha mãe, talvez por já ter passado por tantas piores essa não me incomode tanto. fato é, que estarei mais confiante para retirada dos outros dois em agosto!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Cadeira nova, vida nova!


Imagem retirada da internet


Mais um passo dado rumo a conquista da minha tão sonhada liberdade total. Finalmente esse ano na REATECH comprei minha Panthera X, para quem não sabe, a melhor e mais leve cadeira de rodas no mercado atualmente. Toda em fibra de carbono e titanium é a mais leve do mundo, pesando montada 4.2kg e sem as rodas, 2.1kg.

Minha cadeira foi feita sob medida e me foi entregue em tempo recorde, menos de 1 mês sendo que eles tinham 3 meses para me entregar o produto. Mérito suéco, porque ela foi toda fabricada lá. No entanto, nada no mundo é perfeito, nem mesmo a mellhor cadeira do mundo. Ela também tem suas limitações. O pedal dela foi levantado ao máximo e ainda assim não alcança meus pés, isso me faz perder estabilidade para frente. As coisas caem do meu colo, eu caio para frente. A diferença no pedal ocorreu por erro das medidas tiradas no local e a estrutura dela não pode ser modificada. Não sei o que poderá ser feito mas paguei a cadeira mais cara do mundo e, se o erro foi deles, não vou aceitar ficar com uma cadeira que me prejudique. Há duas semanas fiz a reclamação, vieram prontamente da fábrica representante em Goiânia, reitirar uma peça para verificar o que poderia ser feito e, até agora, nada. Embora me entristeça dizer, desmérito brasileiro.

Espero que seja apenas um parentese na caminhada rumo ao meu sonho.

Estou no auge da minha fase de adaptação, ainda há menos de um mês com a minha cadeira nova. Um tombo logo no segundo dia foi inevitável, caí para frente porque as rodinhas muito menores do que as da anterior ficaram presas numa grade. Por sorte fui rápida, pus as mãos na frente e não machuquei o rosto. A 1ª semana inteira vivi a base de Tandrilax para as dores na coluna e de cabeça porque o encosto é muito mais baixo do que o da outra e ela muito mais leve, o que me deixava muito insegura de encostar e forçava demais a minha coluna. Os machucados são contínuos nas mãos e nos pés, prendo os pés na rodinha da frente e machuco as mãos quase que diarimante entre as rodas grandes e os protetores de roupa. Tive que reaprender a passar para cama, para o banho, para o carro... e tudo isso é muuuito estressante.

Trocar uma cadeira de rodas, não é trocar um carro... é ter que reaprender a fazer tudo, é se sentir insegura, é se arriscar a cair, é sentir dor, é se machucar repetidamente... e isso é muito frustrante. Por mais que eu saiba os benefícios que ela vai me trazer quando eu estiver completamente adaptada, por mais que eu agradeça por ela ser mais um dos meus sonhos realizados, é um período difícil. Aos 32 anos já troquei de cadeira algumas vezes... imagine se você, de tempos em tempos tivesse que reaprender a fazer as coisas banais do seu dia a dia.

Ainda assim, dias atrás, consegui realizar o que sonhei. Desastradamente, guardei sozinha minha cadeira no meu carro. Isso me rendeu dias de dores na coluna mas concretizei o que apenas sonhava que ela me possibilitaria. E tudo, tudo que descrevi acima se tornou pequeno perto de tal realização. É claro que ainda será necessário inúmeras sessões de fisioterapia para que eu possa ganhar força e equilíbrio na coluna para conseguir guardá-la sem me destruir ainda mais mas agora sei que é possível. Eu me realizei, breve poderei ir e vir a qualquer lugar com meu carro sem depender da ajuda de qualquer pessoa para guardar ou tirar minha cadeira, isso não tem preço. Não tem dinheiro que pague.

Eu estou pagando e, pagando caro pela realização de um sonho, um sonho chamado liberdade, liberdade de ir e vir e eta não deveria ter preço, é um direito de qualquer cidadão. Felizmente eu posso pagar mas infelizmente faço parte de uma minoria. O que quero mostrar é que uma cadeira dessas não é luxo e sim, qualidade de vida. É injusto o valor dos impostos pagos pela importação de um produto desse tipo, restringindo ainda mais, deste modo, o que deveria ser um direito de todos os cidadãos, a liberdade de ir e vir. Para um cadeirante poder levantar sua cadeira de rodas não é um luxo, é algo que faz toda a diferença para sua independência já tão difícil de ser conquistada. Com ou sem imposto, a cadeira é cara e vale seu preço pelo material de primeira linha utilizado, pela durabilidade... isso, por si só, já a torna para poucos mas é vergonhoso que o governo ainda queira lucrar e, tanto, em cima dela a tornando inviável para um número ainda maior de pessoas por conta de seus impostos que vão para lugar algum.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A vergonhosa saúde do Brasil




Semana passada minha hematologista, dessas super renomadas, que vivem de pesquisa e por isso não atendem em consultório, apenas hospitais públicos, me informonou que não poderia mais me atender onde de costume, transferindo meu atendimento para um hospital público no Gama (cidade satélite do DF). Então, 4ª feira, depois do almoço, peço liberação no trabalho para a consulta e sigo rumo ao Hospital regional do Gama. Claro que me perco, como qualquer pessoa não nascida no DF, para quem os endereços aqui e as sinalizações parecem pistas para serem desvendadas por um detetive. No meio da longa viagem entre Brasília e Gama, minha cabeça começa a arder insuportávelmente. Chego ao hospital já no que seria metade do horário de expediente do meu segundo turno. Depois então de ultrapassar um guardinha mal humorado, algumas salas fechadas na hematologia, encontro um rapaz simpático que se prontifica a achar alguém que possa me informar como faço para falar com a médica. Ele chega entõ acompanhado de um outro rapaz que me traz a "feliz" notícia de que a médica não foi trabalhar. Peço então, gentilmente, que ele me forneça um atestado de comparecimento da minha ída inútil para que eu possa apresentar no trabalho. "Não há nenhum outro médico presente no serviço de hematologia para fornecer o atestado e no caso do atestado ser de comparecimento, não há nenhum funcionário capacitado a fornecer o atestado. Se a senhora quiser, pode tentar a emergência." Não achei má idéia, visto que minha cabeça não parava de queimar e eu tinha certeza de que minha pressão arterial estava para explodir. Depois de ter que explicar inúmeras vezes para outro guardinha o que se passava até que ele me iberasse a entrada na emergência, um determinado funcionário me autorizou a passar a frente dos demais pacientes, para assim que saísse qualquer pessoa de um dos consultórios e eu avistasse um médico entrasse para pedir meu atestado. Ao olhar ao meu redor e ver aquelas inúmeras pessoas, deitadas em macas aos cuidados do acaso no corredor, outras se escorando nas paredes aguardando atendimento, algumas sentadas nos bancos segurando seu próprio soro, muitas gemendo de dor e todas com o sofrimento estampado na face, me recusei a adiar ainda mais, por um minuto que fosse, o sofrimento de qualquer uma delas. Dei meia volta e me retirei. Que idéia a minha solicitar um atestado num hospital público... se nem médico tem, será que haveria papel?! Mas me diz... como faço para comprovar onde trabalho que estava num hospital?! Já havia se ído quase a tarde inteira de trabalho.
Com a cabeça da forma que estava, impossível voltar paraa o trabalho ou sequer para casa. Voltei para Brasília, rumo ao Santa Helena, um dos mais ricos hospitais particulares da capital do país. Chegando lá, o hospital também amontoado de gente embora, sem nem comparação com o Regional de Taguatinga. Fui direto para o que agora chama "acolhimento", a atendente perguntou meus sintomas, mediu minha pressão e lá estava a causa, pressão arterial 17/10. Encheu meu braço de pulseirinhas e me mandou para o atendimento cardiológico. Lá fui eu, com meus pais, para um corredor reservado repleto de televisões de plasma, esperar num banquinho onde não havia mais ninguém em frente ao consultório cardiológico o atendimento emergencial. 1h40 se passaram, com a minha pressão a 17/10 até que eu recebesse o atendimento emergencial. Em 1h40 a minha pressão poderia ter aumentado, eu poderia ter feito um AVC, um aneurisma ou qualquer coisa do tipo mas nada aconteceu. Fui atendida por um médico muito simpático que se assustou com a minha pressão, me encaminhou para ser medicada e lá dentro ainda esperei outros tantos minutos até ser atendida, enquanto as enfermeiras caminhavam de um lado para o outro. Então chegou a hora de medicar a enfermeira sequer tinha competência para pulsionar minha veia. Esse foi o atendimento recebido no que é considerado um dos melhores hospitais de Brasília!
Enquanto aguardava o atendimento uma mulher que já se encontrava lá quando eu cheguei, passando mal com uma criança que tinha entre 2 e 3 anos no colo, gritava quase que implorando atendimento antes que caísse com seu filho nos braços. Todos os pacientes que se encontravam na recepção à espera de atendimento para seus problemas, pediam juntos que ela fosse atendida a frente antes que acontecesse algo pior mas nenhum funcionário se dirigiu à ela até que ela começasse a berrar e bater nos balcões de atendimento.
Outra paciente que se aproximou de mim enquanto eu aguardava o atendimento cardiológico contou que se encontrava no hospital desde às 14:00 hrs, já eram 21:00hrs e ela ainda não havia sido liberada pois aguardava que o cardiologista voltasse a vê-la após os exames terem sido feitos.
É isso que chama se de emergêcia?! É pra isso que gastamos fortunas com planos de saúde???
O hospital é riquíssimo, acabou de passar por uma reforma e está lindo! Chão de mármore, televisores de plasma espalhados por todo canto, fachadas de vidro... mas cadê o atendimento que preste???
Conversando sobre o assunto via Twitter com uma de minhas seguidoras @leilanereb (que eu sigo também), ela disse "sucatearam a rede pública e superlotaram a rede privada." Discordo completamente, apesar de respeitar muito, sempre, seus pontos de vista. Pra mim são públicos completamente distintos os da rede pública e rede privada. sucatearam sim a rede pública mas o público de lá, infelizmente, não está lá por opção, eles não tem condições de chegarem a hospitais como o "tal" Santa Helena. O problema da rede privada é a falta de respeito com os profissionais que reflete na falta respeito no atendimento ao paciente. Ao longo da minha hora e quarenta de espera pelo atendimento, apareceram mais 3 pessoas ao todo, incluindo a paciente que retornava com o resultado dos exames, para serem atendidas pelo cardiologista. Ou seja, isso não é uma questão de superlotamento. Foi puro descaso a questão da demora.
E a senhora que passava mal com a criança no colo?! Se não tinha ninguém para atendê-la durante horas como com seus gritos apareceu??? Mágica???
Por quê ao invés de gastar rios de dinheiro com uma obra milionária para transformar o hospital quase num ponto turístico, não se gasta um pouco mais para contratar mais médicos com salários decentes, mais enfermeiras qualificadas, mais atendentes para os guichês? Porque a população não tem opção e seja qual for a qualidade do atendimento oferecido por eles, estaremos lá enriquecendo cada vez mais os donos dos hospitais particulares. E assim, tudo vira uma bola de neve...

domingo, 3 de junho de 2012

Não gosto de sofrer em pausas


Imagem retirada da internet


- Posso ser eu a matar essa saudade?
- Só pode ser você.
É por você que meu pensamento clama.
Mas prefiro que não!
Não venhas.
Não gosto de sofrer em pausas.
Não quero iniciar a 3ª estrofe de um poema que não sei como terminar.

A distância entre um verso e outro se faz escura.
Se faz profunda.
A pausa se torna maior do que o enlace.
O poema é escrito quase em encaixes.
E nossos versos tortos ficam quase mortos.

Não, eu não gosto de sofrer em pausas.
Eu só gosto das pausas belas.
Por isso não me faça sofrer em pausas!