terça-feira, 17 de maio de 2011

Betty Rouvier Entre Quatro Paredes



Nome:  Betty Rouvier Burian Giestas
Apelido ou como gosta de ser chamada: Betty
Idade: 33 (e nao posso mais inverter os numeros!!!!)
Signo: aries
Profissão: mãe e esposa (sem direito a férias..nem 13º e mto menos hora extra)
Time: Flamengo
Blog: http://deualocka.blogspot.com
Como o blog começou: a pedido de amigos e qndo adorei o nome q um amigo sugeriu

Eu sou: Sou filha da pobreza material e da riqueza de espirito!
Eu tenho: vergonha na cara... familia maravilhosa e amigos incriveis
Eu desejo: ganhar na euromilhoes... fretar um navio e colocar meus amigos mais queridos juntos e fazer um cruzeiro de pelo menos 30 dias
Eu odeio: mentiras...odio mortal de mentiras!
Eu escuto: os conselhos da minha mãe
Eu preciso: somente de Deus
Me dói: ver miséria e sofrimento alheio

Um sonho: que a minha ajuda para um mundo melhor tenha efeito e sirva de exemplo
Um segredo: hahahahahhahaa se eu contar deixa de ser segredo neh?! #curiosa.com
Um medo: ihhhhhhhhh..sou destemida.kkkkk
Uma experiência: sair de casa cedo não mata ngm e ensina a viver!
Uma conquista: meus filhotes
Uma saudade: da velha infancia
Uma música: Viva La Vida (Coldplay)
Um filme: The Bucket List
Um livro: o 1º livro q li e marcou minha infancia.. " O Misterio da fabrica de livros"
Uma citação: "Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."

Amor: por mim mesma
Paixão: oras, eu né!
Felicidade: minha vida
Tristeza: dor!
Solidão: as vezes precisa
Traição: é a treva!!!!!
Morte: a única certeza que temos
Vida: vale a pena ser vivida
Sucesso: consequencia
Sorte: todos temos, só não sabemos perceber
Inspiração: EUUUUUUUUUU
Fim: desconheço essa palavra...rs
Para sempre: sempre acaba!
Religião: Deus
Milagre: minha vida
Natureza: perfeição Divina
Poesia: inteligência

Lugar: o aqui e agora
Casa: meu carregador de energias
Cozinha: longe de mim
Comida: todas do meu marido!
Bebida: água

Você: Única, absoluta, completa....NARCISA.kkkk
Uma qualidade: bondade
Um defeito: falar demais
Sua vida: (suspiro) Felicidade plena
Família: perfeita!
Pais: pai: saudades... mãe: meu amor eterno
Casamento: cumplicidade
Filhos: milagre (como consegui fazer duas coisas tao lindas?!..kkkk)
Irmão: tenho a opçao de pular uma pergunta?! kkkkkkkk
A pessoa certa: ué..tem dúvidas ainda??? EEEEEEEEEEU sempre!
Amigo: Deus
Alguém que admire: minha mãe

O que te faz sorrir: coisas simples da vida... sorriso de alegria dos meus filhos... carinho do meu marido... amor da minha mãe.... ligações inesperadas de amigos (q hj tds estao longe!)
O que te faz chorar: saudades
Algo a dizer: o silencio sempre diz tudo com mais sinceridade.

Entre Quatro Paredes: EU E ELE TUDO!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Recebendo Betty Rouvier em "Desabafo de uma brasileira revoltada no exterior - Viva nosso Brasil"

Betty é uma espécie de "bônus" que recebi depois de muitos anos de uma amizade muito especial. Meu amigo Renzo que eu aaamo, se casou e pronto, eis que a Betty surgiu na minha vida. Alguém que entrou apenas como esposa de um amigo amado e hoje se tornou uma suuuper amiga. Apesar de estar em Portugal Betty é amiga do dia-a-dia, das horas difíceis, das horas alegres, amiga de palhaçadas e também de desabafos. Nosso dia-a-dia se constrói como se estivéssemos lado a lado, nem parece que temos um oceano a nos separar. Fazer rir é seu maior talento mas hoje, Entre Quatro Paredes, Betty vai mostrar que também sabe falar sério quando o tema pede.
Entrego à vocês o lado sério desta que é mestra em me fazer rir. E à você Betty, muito obrigada!!!



Era para ser um texto engraçado...uma boa comédia pois é o que faço melhor, porém hoje estou revoltada e preciso compartilhar isso!
Sou carioca...33 anos...casada....2 filhos ( Raphael - 15 anos e Maria Eduarda- 6 anos).
Moro em Portugal há pouco mais de 3 anos. Amo esse país por diversas razões...mas fico profundamente triste quando vejo que os brasileiros desvalorizam nosso Brasil. Tudo bem...concordo que no Brasil os políticos são corruptos...a saúde é precária... a educação deixa a desejar e outros fatores... mas poxa... francamente... quem só olha por esse lado é desprovido de inteligência e sofre da síndrome de Ed Motta - sim, Ed Motta...aquele boboca que EU achava inteligente mas provou ser um zé mané (para que entendam melhor leiam http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/915375-ed-motta-ofende-mulheres-e-musicos-e-cria-polemica-no-facebook.shtml  ... nem vale a pena eu perder tempo contando isso mas vale a pena ler p/ vermos como existem idiotas espalhados mundo a fora!)... voltando ao foco... depois de sair do Brasil e vir p/cá percebi o quanto o Brasil é maravilhoso. É diferente da experiencia de passar temporada fora... não confundam e não achem que eh a mesma coisa... pois temporadas fora já saímos sabendo que não demora mto voltaremos!!!
Aqui tive q organizar vida nova... escola... casa... carros... trabalho etc etc.... e não eh nada facil. Passado o choque cultural comecei a ver o lado bom de Portugal... mas vi também o lado ruim. Fiquei decepcionada quando descobri que falta de segurança, saúde precária ( por causa de péssimos médicos) e educação deficiente e o preconceito com os estrangeiros.  E as leis?! Trabalhista é nula... familia idem (exemplo: o pai pode pagar de pensao 70€ p/criança por MÊS)... e os politicos????? Nooosssa... salve salve nosso Brasil e a melhor politica do mundo qndo o assunto eh "politicos da europa"...e não eh so os de Portugal... vejam bem o da Itália q vive em escândalos e ngm tira ele...veja o da França q o povo foi a rua gritar contra o aumento da idade p/aposentar... da Grécia que quebrou... queridos, Brasil é maravilhoso!!! Ilusão sair do nosso país.... e a saúde na Inglaterra que acham ser PRIMEIRO MUNDO deixa mto a desejar... um lugar onde o aborto eh permitido mas qndo se tem um aborto espontâneo não há curetagem e só dão o devido atendimento qndo a pessoa está mals mesmo!!!! Melhor não entrar mto afundo senão não acabo hoje meu "protesto"!!!!!
E as faculdades que tds acham q as "de fora" sao as melhores....ah? hein? como asseeeem????? Ignorancia pura... burrice extrema!!!!! As faculdades daqui são só 3 anos... conheci uma jovem senhora (aqui chamamos mulheres casadas de senhora mesmo q elas tenham apenas 20 anos... tentei colocar moça... mulher... amiga.mas ja acostumei e só saiu o "jovem senhora" rsrsrs - ao menos serviu p/ aprender um pouco mais o vocabulário formal), sei que ela recém formada em contabilidade não sabia coisas básicas sobre abertura de empresas, contas e outras coisinhas simples... saiu completamente despreparada p/ o mercado de trabalho e até mesmo p/ uma simples "tira dúvidas". Advogados aqui são "ricos" pq só p/ olhar p/nossa cara temos q pagar a consulta q o valor mínimo comum são uns 100 a 150€... médicos são antas vestidas de branco... nunca vi tanto médico burro na minha vida!!!! 99% são completamente despreparados... já vi 3 casos do INEM (resgates tipo SAMU) onde deixaram a desejar... um foi o da minha vizinha q a mãe dela morreu após péssssssimo atendimento de uma atendente q não tinha a minima noção do atendimento q deveria prestar... depois foi o de uma menina atropelada aqui na frente da minha casa, um caso sem gravidade (aparente) pois o capô do carro ficou bemmm amassado e os médicos do resgate mandaram ela ir andando até a calçada, sentaram-na no chão e depois ela teve q se levantar e deitar na maca e ser colocada dentro da ambulância... sendo q ela voou com a pancada q levou.....e por último há 11 meses atrás (14/06) minha mãe foi atropelada por um caminhãozinho que vinha em alta velocidade e bateu nela em cima da calçada... o estado da minha mae parecia ser grave... graças a Deus não foi..mas saía mto sangue pela boca e não tínhamos como saber se estava machucada pois a roupa não deixava ver... mas houve quem perguntasse depois se ela tinha sobrevivido e os médicos q vieram resgatá-la, o INEM, ja iam colocando-a na maca sem antes colocar-lhe o colete e eu q tive q "me meter" (como boa simetona q sou) e questionar sobre o colete dai colocaram e apareceu um mdico q passava na hora e parou para ajudar e ele mesmo chamou a atenção dos q estavam fazendo o resgate devido ao modo como estavam colocando o colete na minha mae e como estavam colocando-a na maca... ainda bem q ele apareceu... salve nosso SAMU... nossos anjos dos Bombeiros tbm!!!! Ah... aproveitando o caso da minha mãe, volto ao assunto das leis... mesmo ela tendo sido atingida por um caminhao q vinha em alta velocidade e o condutor tendo assumido o erro e assinado tudo, ainda assim ela nao recebeu NADA e teve que pagar as custas do hospital e exames pois mesmo na rede pública temos q pagar pela utilizaçao... não eh 100% gratuito (a não ser q comprovem q a renda familiar eh mto baixa estando desempregado)... Nessa época sofri e pensei mto em voltar pro Brasil... nossa Pátria linda e amada!!!!
Mas hoje fiquei extremamente revoltada ao ver o Serginho Groisman num programa que não sei se passa na globo brasileira, aqui chama-se "Nós por cá" e percebi que brasileiros p/ agradarem ao povo do exterior ficam falando da violencia do Brasil comparando como se cá nao tivesse violencia!! Oras, acordem... tenho uma amiga q NUNCA foi assaltada no Brasil, vive cá há mais de 5 anos e já foi assaltada mais que 1x por ano... desde carro com vidro quebrado p/roubarem cd, passando por toalhas q ela deixou secando na varanda (o q aqui eh comum)... até óculos puxado da cabeça dela dentro do metrô. E ai? Ainda querem saber q não eh só o Brasil um lugar violento?! Fico furiosa qndo vejo isso acontecer... Se os brasileiros não podem ajudar, entao não atrapalhem e nem denigram mais a imagem do nosso querido e maravilhoso Brasil. Talvez esse tipo de gente tenha apenas passado temporadas fora e como eu disse antes: não vemos mtos defeitos nos lugares qndo estamos de "passagem".... saem dai p/ falar besteiras aqui fora!! Ah, poupe-me!!! Hoje vi que um amigo meu teve o passaporte perdido numa viagem a Europa e sabe o q um brasileiro disse a ele? Disse: "BEM FEITO para vc aprender a cuidar direito das suas coisas!".... Nao adianta..continuo a dizer q brasileiros no exterior so servem p/ prejudicar uns aos outros... 99% são assim!
Tenho pena de quem vive fora por obrigação... mas vai ser bom pro aprendizado... e assim, qndo voltarem ao Brasil irão dar mais valor do q nunca. Estou aqui por opção, contudo não sei qndo volto e nem se volto... Mas uma coisa tenho certeza que aprendi: "Que já dizia a Doroty: não existe lugar melhor do q o nosso lar!"
Brasil amor eterno... Pátria amada... calor humano e gente boa! Temos q aprender a ser mais patriotas... amar nosso país... ele não é perfeito, assim como ngm e nem lugar nenhum é... mas tenham certeza q ainda eh o melhor lugar para se viver feliz!

domingo, 15 de maio de 2011

Desfile "Conto Passional"

 
 
Ontem a estilista Fernanda Ferrugem apresentou sua coleção de inverno, intitulada "Conto Passional" marcando sua volta as passarelas após quase 2 anos afastada. A coleção teve como inspiração o peculiar universo do cineasta David Lynch, tendo como base principalmente o filme Veludo Azul, a Dança Flamenca, os contos de Nelson Rodrigues e a ópera Carmen, de Georges Bizet.
A produção foi perfeita. O cenário estava indescritívelmente belo, numa composição fantástica entre objetos, posicionamento das modelos e  figurino. A coleção em si, também linda. No entando, infelizmente, deixou a desejar no quesito tempo.  Após 1h30 de atraso, o desfile durou apenas algo em torno de 10 minutos. Uma pena!
Ainda assim, vale à pena conferir a nova coleção da estilista no Espaço Ferrugem.
 
Espaço Ferrugem
QE 19, Conj J, casa 11 - Guará II
Tel: (61) 3567-7442

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Blog pra quê?! rs

Eu sempre gostei de escrever durante a infância e parte da adolescência. Depois, parei! Comecei a achar sem sentido escrever pra mim mesma mas também não queria que os outros lessem. Crise de adolescência. rs Então parei até que... caí no mundo da blogsfera muito tímidamente sem saber exatamente onde estava caindo. Continuo sem saber e continuo muito tímida mas nós estamos indo... nós, eu e meu blog.
Acho que encontrei um caminho porque aqui no blog escrevo pra pessoas que não conheço e assim me sinto mais livre. Estou reaprendendo a escrever. rs
Meu blog não tem um tema definido, não tem um estilo. Eu falo de mim, do meu dia-a-dia, das coisas que eu gosto, das pessoas que eu amo... e assim, ele vai se construindo, com a minha cara e com cara de vida real. Eu escrevo porque descobri que assim, fica mais fácil organizar minhas idéias. Eu escrevo porque descobri meio por acaso, escrevendo um texto para o blog da comadre Mari Hart, que as vezes o que eu escrevo pode ajudar outras pessoas. E eu escrevo porque gosto de ouvir a opnião dos outros sobre o que eu penso, isso me ajuda a pensar mais e mais...
Hoje o blog virou um hobby mas um hobby muito sério. Não me sobra muito tempo durante a correria dos meus dias mas ainda assim, separo para ele grande parte do tempo que me sobra, dia-a-dia.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Juliana Hollanda Entre Quatro Paredes



Nome: Juliana Hollanda
Apelido ou como gosta de ser chamada: Jupy/ Sachêt
Idade: 32
Signo: Câncer
Profissão: Jornalista/Poeta
Time: Fluminense
Blog: http://sousachet.wordpress.com/
Como o blog começou: Da necessidade de compartilhar meus textos e poemas

Eu sou: sensível
Eu tenho: sorte
Eu desejo: viver
Eu odeio: mesquinharia
Eu escuto: o que as pessoas tem a dizer.
Eu preciso: de perfume
Me dói: ver tanta coisa fora do lugar no mundo

Um sonho: viver de poesia
Um segredo: insegurança
Um medo: de barata
Uma experiência: enxergar a vida com olhos de poeta
Uma conquista: meus 2 livros publicados
Uma saudade: do meu pai
Uma música:These boots are made for walkin' - Nancy Sinatra
Um filme: Laranja Mecânica
Um livro: Eu sei que vou te amar - Arnaldo Jabor
Uma citação: What is a poet? An unhappy person who conceals profound anguish in his heart but whose
lips are so formed that as sighs and cries pass over them they sound like beautiful music. ~ Soren Kierkegaard

Amor: é nosso
Paixão: combustível para a vida
Felicidade: não se compra
Tristeza: buraco no peito
Solidão: é importante aprender a ser só
Traição: uma faca no peito
Horror: de maldade
Morte: faz parte da vida
Vida: aproveitar cada segundo como nunca mais
Sucesso: destino
Sorte: no minuto certo chega
Inspiração: uma rosa se abrindo
Fim: é o começo
Para sempre: acreditar
Religião: espiritualista
Milagre: nascer
Natureza: precismos cuidar dela
Poesia: é o despertar do poema

Lugar: minha casa
Casa: a minha
Cozinha: organização e limpeza
Comida: tudo o que me dá prazer
Bebida: cerveja

Você: uma pessoa simples
Uma qualidade:Observar mais e falar menos
Um defeito: impulsividade
Sua vida: de altos e baixos como todas as outras
Família: é tudo
Pais: educação
Casamento: companheirismo e respeito
Filhos: estou louca para ter
Irmão: meu brilho no olhar
A pessoa certa: já encontrei
Amigo: não cobra
Alguém que admire: todos os poetas Beatniks

O que te faz sorrir: ver o sol nascer
O que te faz chorar: maldade
Algo a dizer:Nem tudo a gente controla. Nem tudo a gente apreende. É preciso aprender com os erros, repetir os acertos e sorrir sempre.


Entre quatro paredes: por amor, vale tudo!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Recebendo Juliana Hollanda

Conheci Juliana Hollanda ou Jupy, como eu a chamava nos tempos de colégio, no 2º Grau. Desde então a sintonia apareceu. Duas apaixonadas por textos, além de nos vermos todos os dias, ao menos de segunda à sexta, ainda nos correspondíamos vez por outra. Para sermos mais livres no pensamento, acho, ou talvez, para exercitar o gosto pela escrita apenas. Na adolescência, choramos juntas por amores, curtimos festinhas e rimos de muitas palhaçadas. A vida nos separou espacialmente, cada uma seguiu seu mundo afora mas as afinidades nunca diminuíram. Sempre que a vida nos permite estamos juntas e nesses momentos é como se nenhum dia tivesse se passado desde aqueles bons tempos.
Juliana Hollanda se tornou poetisa e eu continuei sua fã, afinal, já curtia suas poesias desde o tempo de colégio. Nos meus 30 anos me emocionou recitando um de seus poemas para mim, deixando uma marca ainda mais profunda em minha história.
Hoje tenho o prazer de lhes apresentar minha grande amiga e poetisa entregue as letras. À Juliana, só tenho à agradecer: Obrigada Jú!!!


Bilhetes antigos guardados em gavetas são preciosidades. Tenham sido eles passatempo durante as aulas chatas de química ou declarações de amor. Sejam eles de uma pessoa com quem você ainda tem contato ou daquela pessoa distante de quem você nunca mais ouviu falar, mas gostaria.
Eles despertam uma nostalgia que não é barata, mesmo que pensemos o quanto às vezes pode ser prejudicial vivermos presos ao passado; neste caso, não é.
Partes da nossa história, mesmo que tristes precisam, de quando em vez, ser revividas, pois senão, a gente vira pedra de tanto levar pedrada.
Os sentimentos bons adormecidos quando despertados são como uma rosa que se abre aos poucos. Uma visão do belo que se transforma em extensão da retina e nos causa algo que eu particularmente chamo de poesia.
É o poema sem palavras que percebemos nos pequenos gestos. Na simplicidade.
A pureza tão necessária nesta busca incessante por sobrevivência neste terra de deficientes emocionais e correria.
Vivamos  o desconhecido e prestemos atenção nele.
Um abraço apertado. Um ombro para chorarmos. Um chocolate derretendo na boca. Aquele pão quentinho com manteiga e faz “croc” na boca. Os amigos. As amigas. A família que escolhemos, a que temos. A confiança. As fotografias. Coleções.
Cuidado, carinho, com os animais, com as pessoas e mais importante com nós mesmos são essenciais para que nossos lábios brilhem e os sorrisos brotem nos olhos.
Aconchego e lembranças é tudo o que precisamos para encontrarmos a plenitude.
“Isso é felicidade, meu amor ...”
                                                   
                                                                            Juliana Hollanda (11.04.11)

domingo, 8 de maio de 2011

Mãããããeeeee!!!

 
Mamãe e eu
Foto: Beninha Braga
 
Mããããããeeeeee!!! Essa é uma das palavras mais ditas por mim dessde sempre até os dias de hoje. E assim, com muitos "ases" e muitos "es". Chega a incomodar algumas pessoas como pais, irmãos e até namorados mas eu sempre dou a mesma resposta "A mãe é minha e eu chamo quantas vezes quiser!".
Que mãe é mãe todo mundo sabe, todo mundo repete mas nem sempre os filhos se dão conta do que isso significa. Eu mesma, por muito tempo não entendia o que tanto isso significava para as pessoas ficarem repetindo isso na minha cabeça, mas a vida se encarregou de mostrar todo significado.
Durante a infância fui completamente dependente da minha mãe, ela não me ensinou a ser independente. Até que fui crescendo e naturalmente me afastando, processo que deveria ser natural mas foi um pouco traumático pela falta de preparação. De repente, num certo momento achei que não precisava mais dela assim tão presente. Fiz a minha escolha e, claro, dei conta. Eu precisava saber que podia ser só, podia dar conta. A realização foi plena, não posso negar. No entanto, junto veio a nitidez de como é bom poder ser filha, de que não há o que pague uma mãe ao seu lado.
Eu e minha mãe somos muito parecidas em muitos pontos mas muito diferentes em outros, o que causa muitos atritos. Entretanto a separação temporária ajuda a dar outro peso aos erros e acertos e torna tudo mais tolerável.
Os anos passaram e novamente voltei a ser filha em tempo integral. Hoje, tento relevar os erros da minha mãe mas com toda certeza, meu maior aprendizado foi passar a valorizar seus acertos.
 
Feliz dia das mães mãe!!! Feliz dia das mães à todas as minhas segundas mãaes (tenho algumas)!!! Feliz dia das mães à todas as minhas amigas que já se tornaram mãe!!! Feliz dia das mães à todas as mães!!!

sábado, 7 de maio de 2011

Luz, câmera, ação!

Agência: Mega Models
Luz, câmera, ação. Adoro isso! Em meio a uma semana atribulada, entre tudo de muito bom e tudo de desgastante - o show do ano, o mais esperado por mim desde sempre, amigos queridos visitando Brasília e muita curtição, dias de exame e cansaço emocional - recebo um convite para mais um comercial. Aceitei de cara, claro, sem nem pensar no nível de cansaço que eu já tinha tingido, afinal, como eu já disse algumas vezes, adoro me sentir cansada por determinados motivos. Nesses momentos é que me sinto mais viva e vivendo.
Lá fui eu me enfiar pelos confins de Brasília, por onde nem sei dizer. Não é tão longe, apenas sai do Plano Piloto e aí, já vira outro mundo pra mim no meu limitante conhecimento do DF.
Chegando lá, espera, espera, espera... até que, camarim. Arruma cabelo e faz maquiagem.. O cara dá uma puxada no meu cabelo, três grampos, menos de um minuto e pronto. Já sou outra pessoa, outro estilo. Morro de inveja!!! Meu sonho é saber fazer alguma coisa no cabelo... depois mais alguns minutos, pinceladas daqui, pinceladas dalí e um rosto impecável. Morro de inveja novamente! Mas na maquiagem até que sei me virar um pouquinho... rs. Mais espera, espera, espera...
Até que se entra no estúdio e começa um faz e refaz cena que dura em torno de uma hora ou mais. Muda luz, muda ângulo, muda câmera e você alí pra frente e pra tráz refazendo tudo igual o tempo todo. Até que surge uma nova idéia e então, tudo recomeça do zero pra você fazer e refazer outras tantas vezes.
Um dia inteiro de estúdio, horas de filmagem para apenas alguns segundos na tv. É tudo super cansativo mas é muito gostoso, o tempo passa e a gente nem se dá conta...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Nova bateria de exames

Nova bateria de exames. Sábado sangue, urina, agora cintilografia em duas etapas, dps outra coleta de urina, dessa vez por 24 horas, então retorna em um médico, no outro médico, num terceiro médico e ainda vamos ouvir a opnião dos especialistas do Sarah. Como isso é desgastante...
A maior expectativa era para a cintilografia, tenho horror de ser enfiada dentro daquele maldito tubo sem poder me mexer. O exame até que foi tranquilo, nem teve túnel... mas escalpe, garrote, teto branco, luz fria e jaleco numa sala congelante acabam comigo. É impressionante como só de me ver naquela situação já me sinto fragilizada independente do exame a ser feito.
Na expectativa de ter que entrar naquele "tubo" estava ansiosa até a hora do exame. Nada que seja exteriorizado senão por não conseguir manter a boca fechada e comer todo tipo de besteira que vejo pela frente. Ao chegar no exame, pra minha surpresa, sem túnel. Alívio. Mas ao ser colocada na maca, imóvel, com um escalpe no braço estendido e três seringas ao lado aguardando enquanto eu olhava a luz fria no teto e sentia alguns vultos brancos transitando, foi impossível não deixar escorrer uma lágrima. Eu só queria o Dr.Sidney!!! Eu não estava com medo, eu não senti dor mas as sensações que se fazem presentes são as piores.
Só me restou o braço um pouco dolorido e um furinho quase imperceptível no braço. Ainda não tinha acabado...
Dia seguinte, nova etapa. Dessa vez aliviada por me livrar do contraste, injetaram um outro líquido que não parece estar rasgando sua veia ao ser injetado, não provoca aquele calor insuportável dentro do corpo, não deixa aquele gosto horrível na boca e não te deixa enjoada por horas. Ao contrário, é geladinho quando passa pela veia, quase agradável. E então, é preciso esperar 3 horas para fazer o exame. Nesse dia já mais tranquila, afinal, familiarizada com o pessoal da clínica que é muito atencioso e simpático e já familiarizada com os procedimentos. No entanto as horas vão passando e os efeitos da medicação aparecendo... um sono fenomenal, se torna difícil me manter acordada e depois de horas dormindo, uma dor de cabeça terrível e os reflexos quase ausentes. Dormi um dia inteiro praticamente, a noite achei que não teria sono mas novamente capotei e ao acordar parecia que eu tinha apanhado. O sono ainda continuou infinito durante boa parte do dia seguinte e os reflexos completamente lentos. Foram dois dias me sentindo completamente drogada e na maior ansiedade para os efeitos passarem. Só então, comecei a me sentir quase totalmente recuperada.
Em meio a isso tudo, é claro, eu só queria o Dr. Sidney!!!
Foi tudo tranquilo mas o cansaço emocional que isso tudo causa é difícil de se ir. Essa história de interromper a rotina constantemente para investigações médicas é desgastante ao extremo. E pensar que mesmo que esteja tudo bem dessa vez estarão revirando você novamente mais tempo menos tempo... é, no mínimo, difícil de conviver.
 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Final de semana com sabor carioca

 
Foto: Dani Góes
Final de semana com sabor carioca. O final de semana que passou teve um sabor especial. Cercada de 4 cariocas adoráveis, na verdade um paulistinha de nascença mas carioca de coração, não poderia ser melhor. O final de semana que começou ao som de Ana Carolina na sexta-feira foi fechado no domingo com chave de ouro pela vitória do Flamengo em cima do Vasco. Acho que não deixou nada a desejar.
O sabor de Rio de Janeiro chegou na sexta embalado pelo som de Ana Carolina, som que marcou um bom tempo da minha vida na Cidade Maravilhosa, desde que ela se lançou até meus últimos dias por lá. Passando pelo Enchendo Linguiça na madrugada de sexta para sábado em companhia de um casal de amigos muito legal chegou ao seu ápice "carioquês" sábado no Terapia. O clima carioca num barzinho, com muito papo jogado fora, muita gozação e caipirinha embalou muitas lembranças do que há de melhor na vida. Amigos de verdade, daqueles de todas as horas ou para qualquer hora, daqueles que você pode passar um dia ou um ano sem ver que no reencontro é como se estivem estados juntos no minuto anterior. E diversão sem pose, sem preocupação ou fofoca, isso é o que há de melhor. Estar junto, rir e brincar e não sentir a hora passar. O dia se fez noite e madrugada e nós todos embalados apenas pela alegria de estarmos juntos.
Final de semana com gostinho carioca pra mim é isso, é estar junto de pesssoas do bem, que só acrescentam com alegria e diversão. Final de semana com gostinho carioca é estar ao lado de pessoas especiais.
O único "pequeno" problema é que nessas horas a saudade aperta e a vontade de voltar aumenta... O final de semana acabou e a saudade ficou.
 
Foto: Dani Góes
 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Ana Carolina - Minha diva

 


Foto: Cami Góes
Ana Carolina. eis alguém de quem sou fã, fã, fã mesmo. Daquele tipo de fã que se eu fosse adolescente ainda, participaaria de fã clube, teria posters e etc. Na verdade não sei muito sobre sua vida pessoal ou sobre seus ideais, o que acredita ou o que deixa de acreditar mas desde que ouvi sua voz pela primeira vez me apaixonei. Que voz é aquela?! Linda! Perfeita! E mais, acho a própria dona da voz linda. Cabelo, rosto, olhos... e a atitude! Autêntica. Uma qualidade rara hoje em dia e que admiro muito. Não me importa nenhum pouco se ela é mais homem do que muitos homens ou não, fato é que ela é o que é e não está nem aí para o que pensam e falam, isso sim eu admiro.
 
Foto: Cami Góes
Sua primeira música de trabalho disse muito pra mim no momento em que foi lançada e foi trilha sonora da minha vida por muito tempo. E depois da primeira, muitas outras. A Ana Carolina se tornou uma das mais constantes intérpretes na miha trilha sonora pessoal ao longo de todos esses anos. Em todos momentos, lá está uma música da Ana. Não preciso dizer que se tornou um sonho assistir ao show dessa mulher, que para mim, é uma diva. Ok, pode parecer um sonho simples de ser realizado mas não, não foi. Durante anos alimentei esse sonho mas não consegui realizar. Sempre que tinha um show eu não tinha companhia ou estava de viagem marcada ou estava namorando com alguém que não queria ir e muito menos queria que eu fosse sozinha. Até que então, num passe de mágica, meu sonho foi realizado. Mais um. Aqui em Brasília. Assim que soube a data do show, disse para mim mesma, nesse eu vou nem que seja sozinha. E sexta-feira passada lá estava eu, felizmente, não sozinha, quase pedindo que alguém me beliscasse. Sim, foi uma realização e tanta, sem palavras para descrever. Fiquei simplesmente hipnotizada durante o show. Durante um hora revivi momentos incontáveis, felizes, tristes... mas todos marcantes na minha vida. As músicas me trouxeram pessoas, me lembraram dores e me fizeram repensar o momento presente.
Pra mim, um dos melhores shows que já assisti. Nada demais na produção mas simplesmente por aquela voz que sai deslumbrante sem nenhum esforço aparente e por todos os momentos aos quais ela me tranportou.
Mais um sonho realizado e a sensação é, simplesmente, fantástica!
Daqui pra frente, sem dúvida, estarei em todos os shows da minha diva!
 
Foto: Cami Góes
 

terça-feira, 3 de maio de 2011

Marcele Alencar Entre Quatro Paredes




Nome: Marcele Alencar
Apelido ou como gosta de ser chamada: Cele, mamãe... Tinha mais, né? Tinha mesmo!
Idade: 28 anos
Signo: Era gêmeos, mas com aquelas mudanças eu não sei mais...
Profissão: Advogada
Time: Ceará por imposição mesmo
Blog: http://naoquerooutrolugar.blogspot.com/
Como o blog começou: Olha, eu comecei a escrever muito tempo atrás, num blog cor de rosa chamado "Aberta ao mundo". Lá, eu contava as minha aventuras de moça solteira. Quando eu engravidei, eu achei que não cabia mais lá os assuntos que eu me sentia impelida a escrever e foi assim que surgiu o "Não quero merecer outro lugar", em que eu contei a minha vida de mulher, mãe e esposa, chorei todas as minhas lágrimas após a morte do meu marido. Agora, tenho um blog paralelo, cujo objetivo é contar meus bons momentos e as cosquinhas no meu coração: "Céu azul após a tempestade".
 


Eu sou: cheia de altos e baixos, de pós e de contras, de qualidade e defeitos...
Eu tenho: coragem
Eu desejo: ver meus filhos felizes
Eu odeio: arrogância, mentira, inveja, falsidade...
Eu escuto: música direeeto e conselhos todo dia
Eu preciso: de companhia
Me dói: saudade

Um sonho: fazer um festão de casamento (será que ainda dá?)
Um segredo: Se eu contar, deixa de ser segredo, né?
Um medo: de morrer antes de ver meus filhos adultos
Uma experiência: Ser mãe é a melhor experiência que existe
Uma conquista: eu ainda não me dou por satisfeita, tem muito mais coisa a conquistar
Uma saudade: Thiago
Uma música: Porque era a preferida dele: Oração ao tempo - Caetano Veloso
Um filme: "Brilho eterno de uma mente sem lembranças"
Um livro: Tenho zilhões, não consigo escolher um só, mas pelo contexto "Paula", Isabel Allende
Uma citação: "Minhas verdades me bastam, mesmo sendo mentiras" (Caio Fernando Abreu)

Amor: Esperança
Paixão: é uma delícia, mas é efêmera
Felicidade: A gargalhada dos pequenos
Tristeza: Morte
Solidão: dolorida
Traição: dolorida
Morte: irreversível e por isso triste
Vida: "cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz"
Sucesso: nem sei o que é isso
Sorte: muito bem vinda
Inspiração: aquilo tudo que toca meu coração
Fim: Espero que precedido de "...e foram felizes para sempre"
Para sempre: maternidade
Religião: não tenho
Milagre: todo dia, quando o sol nasce
Natureza: 
Poesia: Pedro Lyra e Manuel Bandeira

Lugar: Fortaleza
Casa: Lar
Cozinha: Eu gosto de quase tudo de fast food à francesa
Comida: Lasanha da mamãe
Bebida: Sex on the beach

Você: a tentativa eterna de ser feliz
Uma qualidade: Alegria de viver
Um defeito: Impulsividade
Sua vida: dava uma novela do Manoel Carlos
Família: razão de ser
Pais: fundamento e lições
Casamento: eu não consigo encontrar nada que defina, mas acho que é o laço mais forte mais importante que se pode ter com alguém...
Filhos: Eu disse uma vez no blog: "é a sensação, enfim, de estar completo num mundo que, afinal, se justifica"
Irmão: Vou falar dos meus dois: alicerce
A pessoa certa: Será que existem duas? Será que existe uma pra cada momento da vida? Porque se eu for acreditar que a minha já se foi, é muito, muito, muito triste...
Amigo: Tenho vários e ainda bem
Alguém que admire: Eu admiro gente comum, que mata um leão por dia, que enfrenta os problemas de frente, sem se fazer de vítima.
O que te faz sorrir: Piada besta, sabe? Aquelas dos pontinhos, qual é o filme... Me acaaabo.
O que te faz chorar: Eu posso escrever um livro inteiro sobre isso
Algo a dizer: "Quem sabe de tudo, não fale. Quem não sabe nada, se cale. Se for preciso, eu repito"
Entre Quatro Paredes: Surpreendente

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Recebendo Marcele Alencar em "Quando a vida fica de pernas para o ar"

Dia desses, antes mesmo de criar meu blog esbarrei com o blog da Marcele por aí. O título "Não quero merecer outro lugar" me chamou atenção e então entrei. Ao me deparar com um texto triste mas belíssimo fiquei impactada mas encantada. Vez por outra dei a voltar e sempre me deparava com textos, tristes, profundos e lindos.
O pouco da história de vida da Marcele ao qual tive acesso me fez admirá-la profundamente. A forma como expressa sua dor, a força com que segue em frente e as belas palavras de que se utiliza me fizeram virar sua fã.
Deixo agora que essa mulher incrível que encontrei pela blogsfera os encante com suas palavras e sua história como encantou à mim.
Marcele, mais uma vez, obrigada pelo texto incrível!

QUANDO A VIDA FICA DE PERNAS PARA O AR

Marcele e sua família, hoje.

Eu não acredito em acaso, mas também não acredito em destino. Não acho que a gente tá perdido no meio do caos, mas também não acho que exista uma rota programada pra cada um de nós. Eu não tenho convicções religiosas e nem entendo muito de fé, mas eu sei que depende de cada um, depende das escolhas que são feitas, dos valores que se tem e das experiências por que se passou, o rumo que damos às nossas vidas. Depende principalmente do desejo que temos de ser feliz, a despeito de tudo. É clichê demais, eu sei, mas é verdade.

Muito daquilo em que eu acreditava, muito do que eu tinha por certo na vida, muito da minha razão de existir até então, morreu numa curva da estrada, espatifou imprensada na lataria do carro em que estava meu marido Thiago, médico psiquiatra, um sorriso lindo, 28 anos, que morreu instantaneamente na manhã da quarta-feira, 20/01/2010, me deixando sozinha, aos 27 anos, com um pequeno na primeira infância e um bebê de pouco mais de um ano.

A minha vida mudou depois dessa tragédia. Eu me sentia ao meio, não tinha mais uma família inteira, não tinha mais o meu marido, o meu amor, o pai dos meus filhos, o principal provedor, o cara com quem eu contava para absolutamente tudo na vida, eu não tinha mais nada. A sensação é de que se foi atravessado por uma bala de canhão e milagrosamente ainda se estava vivo, respirando, consciente e orientado, mas sem anestésicos. É uma dor que não cabe, é uma dor que não assenta, é uma dor que não diminui e faz você ter certeza de que não vai passar.

Ter a pessoa que era seu rumo e seu norte arrancada da sua vida, assim, repentinamente, faz você olhar com outros olhos todas as mãos que são estendidas, cada abraço que é dado, cada palavra de conforto. Faz com que seja colocado em perspectiva tudo que antes era considerado problema sério, tudo que antes causava noite mal dormida, tudo que antes era motivo de lágrimas. Ante a irreversibilidade da morte, ante a impotência que se sente quando o fato é consumado, a gente percebe que tudo mais é muito pequeno, é minúsculo, é perda de tempo.

Eu repito: a vida mudou na manhã daquela quarta-feira. Eu perdi muito, me arrancaram parte do que eu era e do que eu queria ser, porque eu era mais inteira do lado dele. Destruíram uma família feliz, com fotos cheias de sorrisos e um amor-nó-cego inequívoco. Tornaram órfãs duas crianças tão pequenas que nem tiveram tempo de guardar lembranças do pai na própria mente. E, em muitas noites, trancada no banheiro em que ele deixara uma declaração de amor no espelho, com uma toalha na boca para abafar os gritos do choro convulsivo, eu me debatia por dentro querendo me convencer e suportar o nunca mais.

Foi o pior de toda a minha vida, indubitavelmente. E aí, a gente descobre que o mundo não para de rodar porque você está sofrendo, as pessoas não são mais educadas, nem os motoristas lhe dão passagem porque seu olhos estão rasos d'água, você não tem atendimento prioritário nas dezenas de repartições públicas a que precisa comparecer porque não consegue nem respirar direito. O mundo continua girando e tudo volta ao normal e o mesmo é esperado de você. E, assim, sem que você perceba, lenta e progressivamente, as lágrimas diminuem e demoram mais a cair, a respiração começa a ganhar ritmo, você volta a enxergar as cores do mundo e a desejar que dias melhores cheguem.

No momento em que a gente está sofrendo, é permitido sofrer, é valioso passar pela dor, caminhar pela estrada dela se sentindo amputado, mas é preciso olhar para frente, para o além disso, para o depois, mais cedo ou mais tarde. E é então que se chega na bifurcação do caminho, onde é dada a escolha de recomeçar ou de desabar ainda mais fundo. Nenhuma das duas escolhas é definitiva ou irreversível, mas também não são dadas garantias. Independentemente da escolha que se faz, é possível voltar de novo à bifurcação e tomar o caminho oposto. Eu escolhi recomeçar, por mim, pelos meus dois pequenos e pelo que o Thiago era. Eu escolhi ser feliz de novo a despeito dessa dor e dessa tragédia. Eu escolhi viver.

E eu sigo vivendo agora, com os caquinhos de mim colados em cola branca de baixa qualidade; às vezes pisando firme e às vezes cambaleando; muitas vezes rindo e, em algumas, ainda chorando... O que me resta agora é a certeza de uma fortaleza que eu não supunha que existisse em mim e também a convicção de que poucas coisas poderão me fazer sofrer mais do que eu já sofri. Disso tudo, decorre essa sensação de liberdade que permite arriscar sem temer a dor ou o sofrimento, porque eu já os tive e já consegui superá-los. Não me resta muito mais a fazer que não seja tentar ser feliz de novo e é exatamente por isso que eu digo sempre que estou na estrada, trazendo dois pequenos pelas mãos, buscando encontrar de novo um lugar em que eu poderei ser quem eu sou para sempre.



A lembrança da família completa

Marcele Alencar


domingo, 1 de maio de 2011

Maestro João Carlos Martins - Um exemplo de Superação

Foto: Cami Góes
O maestro tocando apenas
com os movimentos que lhe restam em cada uma das mãos
 
Hoje eu vou apresentar à vocês alguém que eu também não conhecia até pouco tempo atrás mas que assim que conheci sua história e o assisti num palco virei sua fã. Maestro João Carlos Martins.
O hoje maestro começou como pianista. Estreou sua carreira internacional aos 18 anos, tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou toda obra de Bach em piano. No entanto, em sua carreira de sucesso inúmeros obstáculos precisaram ser vencidos.
Aos 26 anos, em decorrencia de uma queda em um jogo de futebol, João Carlos perdeu a mobilidade dos dedos e foi privado do piano pela primeira vez por algum tempo. No entanto, logo percebeu que se não usasse praticamente o 4º dedo da mão direita ele recuperaria a velocidade e então voltou a tocar. Depois de 7 anos de volta ele começou a sentir a Síndrome dos Movimentos Repetitivos e mais uma vez teve que se afastar da música. Então voltou a estudar e a se aperfeiçoar até retornar pouco à pouco. A vida ainda pregou outra peça ao pianista e um golpe na cabeça em um assalto deixou como sequela todo seu lado direito comprometido. Um ano depois lá estava ele novamente tocando as tais 21 notas por segundo em mais um exemplo de superação. Após 2 anos os médicos o informam que teriam que cortar um nervo da sua mão e que ele nunca mais poderia tocar piano. João carlos ainda assim não se rende e começa então uma carreira com a mão esquerda. No entanto, um tumor em sua mão esquerda tenta o deter mais uma vez. Aos 64 anos João Carlos começa a estudar regência e então cria sua Bachiana Jovem e sua Bachiana Filarmônica que hoje são uma orquestra única. 
Foi então regendo sua Bachiana que eu o assisti e me emocionei na Catedral de Brasília. Incapaz de segurar a batuta ou virar as páginas das partituras nos concertos, João Carlos faz um trabalho incrível de memorizar nota por nota com maestria, demonstrando seu amor à música. Regendo sua Bachiana e sentado ao piano, utilizando apenas os dedos que pode, em cada uma das mãos, o Maestro emocionou a todos na platéia personificando a palavra superação. A isso eu chamo superação. Eis um exemplo de que não há limites para quem acredita.
 
"A gente corre, corre, corre atrás dos sonhos até que chega um momento na vida em que o sonho corre atrás da gente" Maestro João Carlos Martins
 
 
Foto: Cami Góes
O maestro recebendo os aplausos
 da platéia que vibrava de pé.