terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Compartilhando vitórias!

Picolé, meu companheiro. Foto: Camila Góes
Faz alguns meses já, ganhei uma bolsa para fazer equoterapia no Centro de Equoterapia APOIAR. Essa bolsa caiu de para-quedas na minha cabeça haja visto que eu nunca imaginei praticar equo por ser essa uma das formas de tratamento mais caras existentes. Mais caras mas também, mais completas. No entanto, os donos do Centro sabendo da minha busca por independência e do obstáculo que se coloca pela minha falta de equilíbrio no tronco me presentearam dessa forma.
Lá fui eu para a primeira aula, muito agradecida, feliz, no entanto, sem muitas expectativas a curto prazo. Me colocaram então no cavalo e lá fui eu, muito receosa, acompanhada por uma educadora física que me dava apoio e pelo cuidador do cavalo que conduzia as rédeas, andar de cavalo.Sim, para mim foi um passeio como os que eu fazia quando criança, montada com meu pai atrás me segurando e conduzindo o cavalo. Mas "hoje" eu sabia que meus membros estavam sendo alongados, sabia estar me exercitando mas sentia como um passeio, sem muitas dificuldades além do medo inicial. E assim foram muitas sessões, até que comecei a treinar o equilíbrio, tentando fazer cestas montada no cavalo.  Comecei a alongar me segurando em galhos de árvore. E assim, comecei a sentir que estava me exercitando.
Até que veio a primeira instrução de retirar uma das mãos da alça do cavalo enquanto era conduzida. Na aula seguinte, retirar as duas e apoiar apenas nos joelhos e então, em alguma aula adiante retirar as duas e simplesmente não apoiar em lugar algum. Agora eu sentia que além de me exercitando eu estava me superando e me orgulhava, embora achando as vitórias ainda um pouco infantis.
Retomadas as aulas então após o recesso de fim de ano, na primeira aula me foi dito que eu conduziria as rédeas do cavalo. Sim, eu ainda seguraria a alça com uma das mãos mas o cavalo estaria sob minha "direção". Senti medo e lá fui eu, sem acreditar que conseguiria mas consegui. Passada uma aula a mais e na última aula retirei as duas mãos da alça e conduzi as rédeas como qualquer pessoa faz. Essa sim foi a vitória e ainda hoje, mal posso acreditar. Eu consegui me equilibrar sem ter nada para me apoiar. Eu me sentia uma gelatina em cima do cavalo, mal respirava de medo mas eu estava lá e essa vitória me faz ter muitos motivos para comemorar!
De lá pra cá, as aulas tem sido cada vez mais puxadas e a cada dia eu mesma posso ver minha superação. As dores na sequência também aumentam mas eu não reclamo delas, para mim, são como as dores do crescimento, só me mostram que estou evoluindo.
Enfim, essa é só mais uma prova de que não há obstáculos que não se possa superar e que, o medo, esse sim, é o maior obstáculo que devemos encarar.

2 comentários:

  1. Nossa, Camila, que maravilha! Que vitória deliciosa, para ser saboreada aos poucos, e compartilhada.
    Muito feliz por você, e como sempre, desejando sucesso,
    Mari

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